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Renault Morphoz: o futuro eléctrico dos 'crossovers'?

É uma berlina, um SUV ou um coupé? É difícil dar uma resposta directa quando encaramos o Renault Morphoz, protótipo que o Aquela Máquina teve a oportunidade de apreciar em ante-estreia, há duas semanas, no centro de estilo da Renault em Paris.

De linhas francamente futuristas, o concept car que iria ser revelado esta terça-feira no cancelado salão automóvel de Genebra, representa a visão de mobilidade eléctrica que o construtor gaulês idealizou para lá de 2025.

Dotado com sistemas de inteligência artificial e autonomia de nível 3, o Morphoz apoia-se na nóvel plataforma CMF-EV que irá sustentar a nova família de automóveis electrificados da Renault.

O que salta de imediato à vista neste protótipo é, sem dúvida, a sua capacidade para adaptar-se, física e tecnologicamente, às necessidades de condução, seja ao nível da potência e de autonomia, seja em termos de espaço para os ocupantes.

Quando uma bateria não chega…

Em circulação urbana (City Mode), o protótipo apresenta-se com um comprimento de 4.400 mm e uma distância entre eixos de 2.730 mm, assim como uma largura de 2.000 mm e uma altura de 1.550 mm, apoiado numas jantes aerodinâmicas de 22 polegadas.

A equipá-lo está uma bateria de 40 kWh para dar força ao motor eléctrico de 100 kW (136 cv) e oferecer uma autonomia em redor dos 400 quilómetros, o que é mais do que suficiente para circular na cidade.

Agora, se está a pensar fazer um percurso mais longo e receia ter de parar pelo caminho para recarregar a bateria, a Renault apresenta uma solução que considera ideal.

Em modo de viagem (Travel Mode), o Renault Morphoz "cresce" para 4.800 mm de comprimento e 2.930 mm de distância entre eixos.

Os benefícios parecem ser óbvios: além de oferecer mais espaço para todos os ocupantes, permite ainda integrar uma segunda bateria de 90 kWh para alargar a sua autonomia até 700 quilómetros e oferecer uma potência de 160 kW (218 cv).

A nova arquitectura permite a colocação de ambas as baterias sob o piso na parte traseira, garantindo um baixo centro de gravidade e um capô mais curto, assim como um habitáculo mais espaçoso.

E como funciona todo este sistema quando se pretende fazer uma viagem mais longa? Para a Renault, a questão é muito simples: basta parar numa "estação de substituição" para configurar o Morphoz no modo de viagem. De seguida, e numa questão de segundos, instala-se a segunda bateria sob o seu piso.

Quando o extensor de autonomia já não for necessário, basta ao condutor parar noutro "posto de substituição" para devolver a bateria extra e configurar de novo as medidas do Morphoz para circular em ambiente urbano.

A Renault sublinhou, na pré-apresentação à imprensa, que o conceito patente neste SUV prevê um grupo óptico frontal específico em forma de C a toda a largura da carroçaria, que será também a assinatura da marca nos seus futuros modelos eléctricos.

Destaca-se igualmente a iluminação da insígnia da marca, a ausência da grelha do radiador e as entradas de ar activas no pára-choques dianteiro.

Duas outras entradas de ar, bem salientes no capô, destinam-se a arrefecer os principais sistemas computacionais do Morphoz, agrupados em redor do motor eléctrico.

Faça do Morphoz uma sala de estar

Se as linhas exteriores do Morphoz já entusiasmam, essa emoção prolonga-se dentro do habitáculo. Equipado com um volante futurista, ao melhor estilo dos bólides de Fórmula 1, integra no centro um ecrã digital de 10,2 polegadas onde são exibidas os principais dados de condução e de segurança.

Atrás do volante está uma consola "flutuante" a toda a largura do habitáculo, que em nada se parece com um verdadeiro painel de instrumentos e ecrã multimédia.

Puro engano! Basta o condutor decidir que essa consola "abra", para dar lugar a um painel de instrumentos Living Screen com todas as informações de que necessita.

O habitáculo, passe o exagero do termo, também pode converter-se numa pequena sala de estar, ao permitir que o banco da frente do passageiro possa virar-se e ficar frente a frente com os assentos traseiros. Neste caso, o ecrã instalado na consola central serve como uma mesa de trabalho ou de lazer.

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