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Maio - Record de Vendas de Carros

Maio - Record de Vendas de Carros

10:13 - 07-06-2016
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Dissertar sobre o mercado automóvel arrisca-se a ser uma atividade ainda menos credível que a de comentador desportivo. Ainda há menos de um mês, desenvolvi uma grande teoria que o crescimento das vendas de automóveis era apenas uma consequência da mudança do ISV e que a partir de aí, elas iriam inevitavelmente estagnar.

Puro engano.

Depois de um mês de abril em que o mercado de facto só cresceu 6%, em maio voltámos ao crescimento de dois dígitos num frenesim que só tem paralelo no inicio deste século XXI. Claro que muito deste crescimento é sustentado por um negócio de Rent-a-Car que navega eufórico na onda do sucesso do turismo nacional. Só que isso não invalida que o parque automóvel esteja finalmente a rejuvenescer porque no limite, os carros que vão fazer a época de verão nas empresas de aluguer, vão alimentar no Outono as vendas de semi-novos e acabar no Natal à porta de casa dos Portugueses (tirando é certo, aqueles milhares de unidades que serão reexportadas para a Europa Central mas isso, são contas de outro rosário).

Eu sei que esta não é a linha oficial de pensamento da indústria que, vivendo no pânico que o governo caia na tentação de voltar a aumentar impostos, continua a bater na tecla miserabilista do negócio. Aliás, o último comunicado da ACAP é paradigmático e consegue mesmo afirmar que o mercado em Maio "mantém a desaceleração…".

Mantém a desaceleração?

Em maio venderam-se 20 836 automóveis, o número mais elevado desde 2003, e tudo o que a ACAP consegue é uma lamúria? É que este ano já se venderam 95,309 unidades valores que já não se viam desde os tempos dos Orçamentos do Queijo Limiano e, mais do que no ano completo de 2012.

O mercado automóvel em Portugal atravessa o seu melhor período da última década, um indício que no nosso país, a paixão pelos automóveis ainda não morreu. É verdade que estamos na metade inferior da tabela Europeia, mas isso, é apenas um reflexo de um País com uma situação económica frágil, que vem a arrastar os pés pelo menos desde o principio do outro século. Se calhar, porque estamos sempre mais predispostos a ver o lado vazio do copo e a escutar os velhos do Restelo.

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