Alberto Ascari, nascido a 13 de Julho de 1918, foi um dos pilotos míticos dos primeiros anos da F.1. Venceu o Mundial em 1952 e 1953, morrendo em Monza durante uns testes privados, onde quebrou uma das suas superstições...
"Alberto Ascari é um dos grandes pilotos italianos", afirmou Enzo Ferrari no seu livro "Piloti, che gente..." (1985).
"Era dotado de uma vontade firme, sabia o que queria, era obstinado, e um dos poucos que se preparava atleticamente para o desporto automóvel. (...) Tinha um estilo preciso e decidido, mas era um homem que sentia necessidade de partir à frente. No comando, Ascari era dificilmente superável. Ousarei dizer, impossível de ultrapassar".
O italiano, filho de António Ascari, um talentoso piloto (amigo de Ferrari) que perdeu a vida no Grand Prix de França de 1925, era muito frio.
"Normalmente, um piloto que está na frente, está preocupado em manter a sua posição, e pode perder a concentração para controlar o que se passa atrás de si. Estuda o seu andamento, e muitas vezes não sabe se há-de atacar ou não. Alberto sentia-se seguro mesmo quando fazia de lebre, e nesses momentos o seu estilo era soberbo", acrescenta Enzo Ferrari no seu livro.
A carreira de Alberto Ascari na F1 começou no GP do Mónaco de 1950 (Ferrari 375) e a primeira vitória surgiu no GP da Alemanha de 1951. Em 1953 garantiu o seu primeiro campeonato com seis vitórias em oito corridas. No ano seguinte, sempre ao volante do Ferrari 500, venceu cinco das nove provas, revalidando o título. Entre 1954 e 1955 surgiu ao volante de monolugares como o Ferrari 625, Maserati 250F e Lancia D50.
No GP do Mónaco de 1955, ganho pelo Ferrari de Maurice Trintignant, saiu da pista na zona do porto, depois de falhar a entrada na chicane. Caiu ao mar com o seu Lancia D50, e fracturou o septo nasal.
"Não levou em linha de conta os conselhos dos médicos, e na quinta-feira seguinte apresentou-se em Monza, onde Castelloti testava o 3.0 litros Sport (750 Monza com que iriam alinhar nos 1000 km Supercortemaggiore ) e disse que tinha que voltar ao volante o mais rapidamente possível para evitar traumatismos psicológicos. Na pausa do meio-dia, pediu o carro para dar um par de voltas. Partiu sem o seu capacete, e com a gravata ao vento. Morreu na segunda volta, na segunda curva, que naquela época era quase uma recta", recorda o livro de Enzo Ferrari.
O acidente teve lugar na antiga "Curva di Vialone", onde hoje está localizada a chicane "Variante Ascari". Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Há quem pense que um servente terá atravessado a pista, pensado que os testes tinham sido interrompidos, mas nunca surgiram testemunhas. Para a lenda ficou a superstição de Alberto Ascari, um piloto que sempre recusara sentar-se ao volante de um carro de competição sem o seu capacete azul, que estava a reparar depois do acidente no Mónaco. Em Monza, saiu para a pista com o capacete branco de Castelloti, e encontrou a morte no dia 26 de Maio de 1955, aos 36 anos. Antonio Ascari, o seu pai, tinha perdido a vida com a mesma idade, no dia 26 de Julho de 1925, durante o Grand Prix da Alemanha.v