A Scuderia Ferrari talvez seja o nome mais prestigiado do mundo da competição automóvel. Tudo começou num jantar em Bolonha, a 16 de Novembro de 1929, quando Enzo Ferrari pediu o apoio económico aos industriais de têxteis Augusto e Alfredo Caniato e ao rico piloto amador Mário Tadini para criar uma equipa de competição. O projecto avançou e muitos pilotos amadores competiram com carros da Alfa Romeo, mas também da CMN (Construzioni Meccaniche Nazionali), entre o quais o próprio Enzo Ferrari, que deixou o lugar de piloto em 1932.
"O nascimento do meu filho [Dino]
alterou a minha vida e obrigou-me a decidir deixar a competição", afirmou Enzo Ferrari, nas suas memórias.
Foram anos de sucesso para uma equipa privada que em 1933 assumiu a representação da Alfa Romeo na competição. Pela equipa passaram os grandes pilotos da época, como Tazio Nuvolari, Giuseppe Campari, Achille Varzi e Louis Chiron, para além de jovens talentos como Tadini, Guy Moll, Antonio Brivio e tantos outros. Vialle Trento e Trieste, em Modena, passou a ser um local de culto para o desporto automóvel italiano. Em 1938 a Alfa Romeo reassumiu a sua presença na competição, criou a Alfa Corse, nomeou Enzo Ferrari como seu responsável, mas as instalações passaram para a fábrica de Portello, em Milão.
As relações de Enzo Ferrari com a nova administração da Alfa Romeo nunca foram as melhores e em Outubro de 1939 abandonou a marca com o objectivo de criar a sua própria marca de automóveis. Regressou a Modena, ainda realizou o AAC (Auto Avio Construzioni), porque a Alfa Romeo não o autorizou a utilizar o seu próprio nome num automóvel, e o eclodir da II Guerra Mundial adiou o nascimento da Ferrari.