A história de Preston Tucker (1903-1956) já deu um filme... Era um empreendedor e esteve ligado ao mundo automóvel e também aos aviões. No final da II Guerra Mundial apostou na criação de um automóvel revolucionário no design e na tecnologia.
A sua visão apontava para faróis auto-direccionais, que funcionavam em conjunto com um farol central que muitos apelidaram de ciclope. A coluna de direcção foi pensada para surgir a meio do habitáculo onde o condutor ocupava uma posição central entre os seus companheiros.
Mas o vanguardismo foi mais longe: imaginou um veículo com um motor colocado em posição traseira, tão potente como o de um avião, e um conversor de binário hidráulico capaz de dispensar a caixa de velocidades.
Antes da produção atingir um ritmo de cruzeiro, Preston Tucker foi perseguido, acusado pelas autoridades e os seus bens arrestados. Foi uma longa e desgastante batalha legal que começou em 1948.
Os defensores de Tucker afirmam que foi vítima de um complot arquitectado pelas "Big Three" (Ford, GM e Chrysler), tanto mais que foi indiciado ainda antes da acusação estar concluída. Mas há vários analistas que contrariam as "teorias da conspiração", argumentando que no pós-guerra não havia espaço para o sucesso de um pequeno construtor, por mais arrojado e original que fosse.
Preston Tucker não cumpriu as regras para o projecto que abraçou. Depois de garantir 15 milhões de dólares de investidores, não respeitou os prazos federais para a apresentação dos protótipos do automóvel que se propunha vender.
Quando, finalmente, produziu os 51 Tucker que ainda hoje existem, nenhum deles cumpria com as promessas tecnológicas que havia enunciado. Eram automóveis fantásticos para o preço que custavam, mas não eram aquilo que tinha prometido.
A batalha legal terminou a 22 de Janeiro de 1950 e, depois de 28 horas de deliberações, o júri anunciou o veredicto: não culpado. Mas nessa altura o Tucker já tinha passado para a história e a acção que Preston Tucker intentou a 21 de Março de 1950 contra quem o acusou foi apenas um complemento irrelevante da história.