Umberto Maglioli venceu a quinta e última edição da Carrera Panamericana, uma das provas mais alucinantes e perigosas que já se disputaram. Entre 1950 e 1954, o percurso seguiu em "estrada aberta", a exemplo do que acontecia nas Mille Miglia em Itália, mas disputava-se durante uma semana, ao longo da Pan-American Highway, que apesar do nome tinha muitas zonas em piso de terra.
Em 1954 a prova teve início a 19 de Novembro em Tuxtla Gutiérrez e terminou no dia 23 em Ciudad Juaréz. Foram percorridas oito etapas - Tuxtla Gutiérrez/Oaxaca (530 km), Oaxaca/Puebla (407 km), Puebla/México (121 km), México/Leon (420 km), Leon/Durango (530 km), Durango/Parral (404 km), Parral/Chihuahua (300 km) e Chihuahua/Ciudad Juaréz (358 km).
Umberto Maglioli, ao volante de um Ferrari 375 Plus (V12 de 4.9 litros), realizado com base no modelo que vencera as 24 Horas de Le Mans desse ano, cumpriu os 3 070 km em 17h 40m 26s, à média alucinante de 173,702 km/h.
Phill Hill, que viria mais tarde a vencer o campeonato do mundo de condutores de F1, foi o principal adversário do italiano com um Ferrari 375 Plus (V12 de 4.5 litros) preparado nos EUA. Venceu a primeira etapa, mas não resistiu a Humberto Maglioli, que venceu cinco das oito etapas. No final, os dois pilotos estavam separados por 20m 24s.
Ao fim de cinco edições onde as vitórias foram repartidas pela Alfa Romeo (1950), Mercedes (1952) e Ferrari (1951, 1953 e 1954), a criação do Campeonato do Mundo de Marcas levou os principais construtores a concentrarem os seus esforços, afastando-se da Carrera Panamerica. Hoje, uma das mais épicas corridas da história do desporto automóvel realiza-se com automóveis clássicos...