A Citroën apresentou no Salão de Paris o DS 19, impressionando pelo arrojo aerodinâmico de um automóvel diferente de tudo o que surgira até então. As linhas arredondadas e suaves da carroçaria contrariavam tudo o que era prática na época, o mesmo acontecendo com a ausência da grelha frontal, tida durante muitos anos como uma imagem de prestígio.
O nome DS (pronuncia-se "déesse") em francês significa deusa, e 19 referia o motor de quatro cilindros em linha com 1911 cc de cilindrada que debitava 75 cv. Graças ao aerodinamismo, o sucessor do Traction 15 Six H era capaz de chegar aos 140 km/h, apesar dos seus 1 100 kg de peso.
Mas, para além de marcante ao nível da forma, o herdeiro do veterano Traction (a "arrastadeira") foi igualmente revolucionário em termos tecnológicos, contando com um sistema hidráulico, gerido por uma bomba montada no motor, que permitia comprimir nitrogénio através de um fluido hidráulico sob pressão. Para além de garantir que a suspensão mantinha a altura do veículo ao solo, independentemente da sua carga, o gás fornecia a pressão necessária para a assistência da embraiagem, comando da caixa de velocidades, direcção e travões, que já apresentavam dois circuitos independentes e repartidor automático pelos eixos, para além de discos nas rodas dianteiras, outra novidade num automóvel de série.
O sucesso foi tal que, nos primeiros 45 minutos do salão, a Citroën registou 749 encomendas e no final do primeiro dia vendera já 12 000 automóveis. O Citroën DS foi produzido ao longo de 20 anos – de Outubro de 1955 a Abril de 1975 – tendo sido produzidas 1 456 115 unidades nas versões berlina, break e também um elegantíssimo cabriolet. Em 2015 a Citroën decidiu recuperar o nome DS para criar uma nova marca para autonomizar os seus modelos topo de gama.