Hoje os monovolumes são um tipo de arquitectura banalizada depois do aparecimento da Espace no final dos anos 80. Mas tudo começou muito antes, quando a Fiat apresentou o primeiro Multipla no Salão de Bruxelas de 1956 (15 a 25 de Janeiro).
Logo no final dos anos 40, quando a marca italiana deixou de produzir o Topolino, iniciou o desenvolvimento de outro automóvel barato e de pequenas dimensões. Em 1955 surgiu o 600, com um motor de quatro cilindros de 633 cc montado na traseira.
Só que as carrinhas realizadas com base no Topolino eram muito populares em Itália e o mercado exigia a sua substituição, mas o motor traseiro parecia impedir a realização de uma "break" com base no 600.
Foi então que Dante Giacosa, o projectista da marca italiana, teve uma ideia genial. Substituiu a suspensão dianteira por outra mais larga, deslocou os bancos anteriores mais para a frente, e criou na traseira um amplo espaço de carga. Em 1956 surgiu o Fiat 600 Multipla, com uma carroçaria mais comprida e mais alta do que a berlina, embora todos os elementos mecânicos fossem semelhantes. Para garantir espaço para seis ocupantes, a fila de bancos centrais era articulada. Já nessa época era possível alterar a configuração do habitáculo para garantir mais espaço de carga ou mais com comprimento para os ocupantes da fila central de bancos.
Com um motor de 603 cc e uma velocidade máxima de 90 km/h, quanto carregado, o Multipla tinha alguma dificuldade para vencer as subidas, pelo que foi equipado com caixa especial redutora. Seja como for, mesmo para os padrões da época, numa foi um veículo muito rápido, mas foi muito apreciado pelo seu baixo consumo que rondava os 6,7 litros aos 100 km.
Tornou-se um veículo muito popular, sendo utilizado para transporte de famílias mais numerosas, de mercadorias e até como táxi nas cidades de Roma e Milão, o que mostra a genialidade criativa de Dante Giacosa, um dos grandes projectistas da história do automóvel.