A primeira corrida de F1 disputada em Portugal teve lugar a 24 de Agosto de 1958 no circuito da Boavista, na cidade do Porto.
Durante muitos anos o traço urbano recebeu corridas internacionais com o nome de GP de Portugal, mas reservadas a carros de Sport. O I GP de Portugal atraiu cerca de 150 mil espectadores. Foi a nona das 11 provas de um campeonato disputado por Mike Hawthorn (Ferrari) e Stirling Moss (Vanwall).
Nos treinos os dois pilotos realizaram o mesmo tempo (2m 34,2 s), mas à partida Stirling Moss assumiu o comando num traçado rápido que passava pela Foz do Douro, com carris de eléctricos e piso empedrado, avenida da Boavista e Circunvalação. Mike Hawthorn liderou entre a segunda e a sétima volta, antes de ser ultrapassado pelo britânico. Ainda tentou reagir mas alguns problemas mecânicos ditaram a passagem pela boxes, o que permitiu a Jean Behra (BRM) passar pelo segundo lugar. O domínio de Stirling Moss foi evidente e chegou a ganhar uma volta ao quarto classificado, o seu companheiro de equipa Lewis-Evans. "Rebocado" pelo líder, Evans ainda conseguiu ultrapassar Jean Behra e chegar ao terceiro posto.
A vitória de Stirling Moss no GP de Portugal poderia ter sido decisiva para a conquista do título mundial, mas uma manifestação de grande desportivismo do britânico custou-lhe a vitória no final da época. Na última volta, Mike Hawthorn, que havia garantido a volta mais rápida da corrida (2m32,3s à média de 175,003 km/h), tinha graves problemas nos travões do Ferrari e não evitou um pião. Foi Moss, que já cortara a meta, a evitar que o público empurrasse o Ferrari, o que teria ditado a sua desclassificação.
II GP de Portugal
A 23 de Agosto de 1959 o II GP de Portugal realizou-se em Lisboa, no circuito de Monsanto, e Stirling Moss (Cooper Clímax) dominou os acontecimentos desde os treinos. É certo que à partida foi surpreendido por Jack Brabham (Cooper-Climax), mas já era o líder no final das 62 voltas a um traçado de 5 425 metros.
Brabham não foi feliz. Perdeu terreno numa manobra arriscada para evitar uma criança que atravessou a pista e despistou-se depois de um desentendimento com Nicha Cabral (Cooper-Maserati) quando o tentava dobrar. Masten Gregory (Cooper-Climax) ascendeu ao segundo lugar, terminando a corrida à frente de Dan Gurney (Ferrari), mas com uma volta de atraso face a Stirling Moss.
III GP de Portugal
John Surtees (Lotus-Climax) foi o mais rápido nos treinos para uma corrida com um início muito agitado. Jack Brabham (Cooper-Climax) assumiu o comando mas foi ultrapassado por Dan Gurney (BRM), que liderou até desistir com problemas de motor. John Surtees herdou o comando, seguido por Phil Hill (Ferrari), que foi ultrapassado por Jack Brabham (Cooper-Climax) depois de fazer um pião.
Ao fim de 37 das 55 voltas a um traçado de 7 407 metros, John Surtees despistou-se e Jack Brabham embalou para a vitória, cortando a meta com mais de um minuto de vantagem sobre Bruce McLaren (Cooper-Climax). Jim Clark (Lotus-Climax) foi o terceiro.
Nicha Cabral perdeu uma excelente ocasião de garantir o quinto lugar quando a 17 voltas do final foi obrigado a desistir com problemas no motor do seu Cooper-Maserati.
Depois destas três corridas foi necessário esperar até 1984 para voltar a ter a F1 em Portugal...