Thierry Sabine lançou um desafio a todos quantos se apaixonaram pelas aventuras africanas nos anos 70. A sua mensagem era clara e o encontro foi marcado para "o dia a seguir ao Natal em Paris" onde se reuniram 170 participantes, 90 dos quais em motos. A ideia assentava num conceito simples: uma prova com oito etapas onde o vencedor seria o mais rápido, porque nessa altura não havia classificações separadas para motos, carros ou camiões.
Uma prova com cerca de 10 mil quilómetros, atravessando a Argélia, Níger, Mali e Mauritânia, antes de chegar a Dakar, no Senegal, foi algo diferente de tudo o que se fizera antes e os riscos e os perigos inerentes pareciam evidentes.
Diz quem assistiu à partida que, no briefing, Sabine afirmou:
"Ainda estão a tempo. Depois não podem voltar para trás, nem dizer que não os avisei. Podem morrer e devem sabê-lo antes de partir". Estava lançado o mote para um dos maiores desafios da história do desporto motorizado. No final apenas restavam 74 concorrentes e entre eles destacavam-se Cyril Neveu e Gilles Comte nas Yamaha e Phillippe Vassard em Honda. O Range Rover de Genestier/Terblaut/Lemordany não foi além do quarto lugar.