Georges Besse, um engenheiro com uma carreira na indústria nuclear francesa, assumiu a presidência da Renault com um mandato específico: recuperar a empresa estatal, que sentia grandes problemas financeiros. No início dos anos 80 viviam-se tempos conturbados, marcados pela contestação social e política. O assassinato do presidente do Egipto Anouar el Sadate (1981), o crescimento do Irão como potência regional e os conflitos com o Iraque criaram uma crise energética com graves reflexos na indústria automóvel.
Ao mesmo tempo, a chegada das marcas japonesas à Europa alterou o "status quo" e obrigou os europeus a apostarem numa política de fusões e aquisições com o intuito de criar grupos fortes capazes de assegurar formas de crescimento mais sólidas.
Neste cenário, Georges Besse conseguiu recuperar financeiramente a Renault. Apostou em novos modelos como o Clio, em tecnologias diferentes como os motores turbo e procurou alianças com outros construtores, ao mesmo tempo que avançou para tentar conquistar o mercado americano.
O seu trabalho foi interrompido a 17 de Novembro de 1986 quando foi assassinado em Paris, à porta de casa, por um elemento do grupo terrorista "Acção Directa", que reivindicou a acção. Falou-se numa resposta aos despedimentos efectuados sob a sua gestão, em ligações com a venda de material nuclear francês ao Irão e ao Iraque, mas as razões nunca foram clarificadas.