No desporto automóvel, como em qualquer competição, há vitórias fáceis e triunfos suados. Mas existem outras formas de conseguir um triunfo, como aconteceu no Dakar de 1989 quando Ari Vatanen venceu por moeda ao ar.
A Peugeot chegou ao Paris-Dakar em 1987 com os 205 T16 e iniciou uma série de vitórias que prosseguiu com o 405 T16 utilizado entre 1988 e 1990. A marca francesa nunca foi derrotada num "Dakar" disputado no continente africano, mas o sucesso mais caricato teve lugar em Gao, no Mali, a 6 de Janeiro de 1989.
A marca inscreveu Fréquelin e Wambergue nos 205 turbo 16, e Vatanen e Ickx com os 405 Turbo 16 na primeira edição em que o Dakar visitou a Líbia e, como se esperava, voltou a dominar os acontecimentos. Vatanen e Ickx protagonizaram um duelo sem tréguas que terminou com a intervenção de Jean Todt, o director desportivo da equipa.
A vitória foi decidida por moeda ao ar para evitar a luta fratricida entre os seus pilotos. Ari Vatanen venceu o jogo e ganhou o Dakar à frente do belga que em 1990 já não fez parte dos pilotos da Peugeot, que inscreveu então Wambergue e Ambrosino com os 206 Turbo 16 e Vatanen e Waldegaard com os 405 Turbo 16. Ari Vatanen voltou a ganhar. Levou de vencida a oposição da Mitsubishi e conquistou o quarto e último triunfo da marca francesa, que decidiu "fazer a agulha" para outro desafio: o Mundial de Sport Protótipos e a vitória nas 24 Horas de Le Mans.