A carreira de Ayrton Senna da Silva chegou a um momento crítico no final da temporada de 1992. A McLaren tinha perdido os motores Honda e o brasileiro sentia que não tinha grandes hipóteses face à Williams-Renault do seu rival Alain Prost.
Metódico, o brasileiro analisou todas as possibilidades de futuro e, graças à intervenção do amigo Emerson Fittipaldi, que dava cartas na Fórmula Indy com a Penske, deslocou-se ao Arizona para um teste no Firebird Raceway, em Phoenix.
HOJE HÁ 24 ANOS: Ayrton Senna guiou o Penske Indy...
Foi utilizado um carro de 1992 e Emerson Fittipaldi aqueceu durante 12 voltas, antes de ceder o volante a Ayrton Senna. O tempo de referência eram 49,70 segundos.
"Regra geral, os pilotos de F1 chegam rapidamente ao ritmo mais elevado, mas Ayrton limitou-se a cumprir várias voltas em ritmo lento, para se adaptar à condução de um monolugar muito diferente dos que estava habituado", recordou o engenheiro Nigel Beresford, que estava na Penske nessa altura.
"Ele teve de se habituar a uma caixa de velocidades automática e às respostas dos travões com discos em aço, numa pista muito sinuosa".
O brasileiro parou ao fim de 14 voltas e referiu que tinha algumas dificuldades em "sentir" um carro muito pesado.
"Por isso montámos molas mais macias e desligámos a barra anti-rolamento", recordou Nigel Beresford. Ayrton Senna cumpriu mais dez voltas e garantiu um tempo de 49,09s.
No final, foi lacónico:
"Muito obrigado, aprendi o que necessitava de saber"...
Mas Nigel Beresford foi muito mais expansivo:
"A melhor volta de Emerson, com o mesmo carro, foi cumprida em 49,70s, face aos 49,09s de Ayrton, e com o carro de 1993 Emerson não fez melhor do que 48,50 s, sendo apenas 0,6 segundos mais rápido"....
Mas apesar do bom desempenho, foi a primeira e a última vez que Ayrton Senna conduziu um monolugar da Fórmula Indy.