O início do século XX foi marcado pela febre da velocidade. A primeira corrida de automóveis teve lugar em 1885 entre Paris e Bordéus e as organizações foram-se multiplicando apesar das mais importantes redes viárias da Europa terem precários pisos de terra. A loucura da velocidade cresceu de forma exponencial, face à evolução das propostas tecnológicas. Paris foi ponto de partida e meta de inúmeras competições cujo fascínio aumentou indiferente aos acidentes que custavam a vida aos condutores (que na época eram acompanhados por mecânicos que na maioria dos casos bombeavam manualmente os sistemas de alimentação) e aos passantes que eram surpreendidos por veículos "sem cavalos".
Paris-Madrid. Chegou-se a 1903 e ao grande desafio da época: o Paris-Madrid. No dia 24 de Maio de 1903 foi dada a partida a cerca de 250 concorrentes. Os acidentes com veículos de tracção animal, animais domésticos e até camponeses, anunciaram o drama. Depois de seis mortes e 15 feridos, o governo francês interrompeu a corrida. Entre os pilotos que perderam a vida, estava Marcel Renault. O seu irmão Louis decidiu abandonar a competição, deixando a outros a tarefa de guiar os seus carros.
Depois deste drama foi reequacionada a forma de competir com automóveis. É certo que continuaram a ser disputadas provas de estrada que são hoje vistas como os antepassados do Campeonato do Mundo de Ralis. Mas também começaram a ser organizadas corridas em circuitos fechados, que viriam a dar lugar aos Grand Prix que estão na origem da Fórmula 1 (que surgiu depois da II Guerra Mundial), bem como a provas de resistência, como as 24 horas de Le Mans, que surgiram em 1923 como um desafio aos automóveis de série.