Há 10 anos partiu de Paris, em direcção a Pequim, uma caravana de 33 Mercedes E320 CDI e nós estávamos lá com um carro pintado com as cores portuguesas. A Mercedes quis recordar uma
corrida promovida em 1907 pelo jornal francês "Le Matin" onde a vitória sorriu ao conde Scipione Borghese, ao volante de um Itala. 99 anos antes a aventura durou 62 dias; nós demorámos 28 dias, 25 dos quais ao volante.
O percurso escolhido foi dividido em cinco etapas. A partida teve lugar em Paris no dia 21 de Outubro e os Mercedes E320 CDI percorreram a França, seguiram pela Alemanha, cruzaram a Polónia e ultrapassaram as repúblicas bálticas no caminho para a Rússia. Ao fim de 3 550 km a caravana chegou a São Petersburgo no dia 27 de Outubro.
No dia seguinte teve início a segunda etapa que, depois de seguir para norte em direcção a Moscovo, atravessou a Rússia em direcção a Oriente, ao longo de 2 708 km, chegando a Yekaterinburgo no dia 1 de Novembro, depois de cruzar os Monte Urais que marcam a fronteira entre a Europa e a Ásia.
Ao fim de 12 dias de condução diária, a caravana teve um "feriado" em Yekaterinburgo, no coração da Sibéria, antes de iniciar a terceira etapa que atravessou as imensas estepes do Kazaquistão, durante 2 492 km, percorridos em apenas quatro dias. Foi a mais curta do programa, terminando em Almaty no dia 6 de Novembro.
Antes da entrada na China, surgiu o segundo dia de descanso, mas no dia 8 de Novembro os Mercedes E320 CDi voltaram à estrada para a quarta etapa que ligou o Kazaquistão a Lanzhou, uma cidade que se ergue junto ao rio Amarelo, onde surgiu um novo "feriado".
A quinta e derradeira etapa (1 743 km) seguiu o vale do rio Amarelo, passou por caminhos da antiga Rota da Seda e utilizou a Grande Muralha da China como guia no caminho para Pequim, onde a caravana dos Mercedes E320 CDI chegou no dia 25 de Novembro depois de 13 900 km.