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Ferrari 550 Maranello é agora uma 'carrinha do pão' em tributo ao 250 GT SWB Breadvan

Há preparadores automóveis que conseguem fazer de um super desportivo uma verdadeira obra de arte. 

A Niels Van Roij Design é um desses exemplos, ao agarrar com mãos firmes num Ferrari 550 Maranello, e fazer dele um Breadvan Hommage. 

Inicialmente projectado para sair em 2019, só agora este exemplar único foi revelado aos amantes de super carros icónicos. 

Como o nome indica, esta "carrinha do pão" é muito mais do que uma simples extravagância, porque é um sincero tributo a um capítulo inesquecível da história da Ferrari e do próprio desporto automóvel. 

A preparadora holandesa decidiu homenagear o Ferrari 250 GT SWB Breadvan criado por Giotto Bizzarrini, numa história que tem por base uma rivalidade com a marca de Maranello. 

Um conde furioso com Enzo Ferrari

Em 1962, a Ferrari lançou o caos nas 24 Horas de Le Mans com o Ferrari 250 GTO, que veio substituir o 250 GT SWB. 

Face às qualidades do super carro e ciente de que, com ele, a Serenissima Scudería de Venezzia conseguiria chegar ao pódio, o conde Giovanni Volpi pediu a Enzo Ferrari um exemplar para a sua equipa privada. 

O pedido caiu em orelhas moucas porque o fundador da insígnia do cavallino rampante nunca quis vender qualquer uma das 36 unidades que foram construídas. 

Irritado, o nobre italiano entregou ao engenheiro Giotto Bizzarrini o seu próprio Ferrari 250 GT SWB, com o chassis 2819GT. 

O pedido era simples: fazer daquele super desportivo um carro tão competitivo como um 250 GTO. 

Bizzarrini, que tinha tido um papel importante no desenvolvimento daquele super carro, montou o bloco V12 de 3.0 litros mais atrás e num nível mais baixo para melhorar o centro de gravidade. 

Os três carburadores Weber foram substituídos por seis carburadores gémeos da mesma marca, e a potência foi elevada dos 280 para os 286 cv, quando o GTO original desenvolvia 300 cv. 

Graças à carroçaria ultraleve, a aerodinâmica do Ferrari 250 GT SWB Breadvan era ainda melhor do que o rival, à custa das suas linhas muito controversas.

E, ao pesanr apenas 935 quilos contra os mil do 250 GTO, mostrou-se várias vezes mais rápida do que o rival em pista 

Breadvan Hommage: tributo arrebatador 

Quase seis décadas depois, a Niels Van Roij Design aceitou a encomenda de um milionário anónimo para transformar o seu Ferrari 550 Maranello numa variante actualizada da carrinha do padeiro. 

O resultado é simplesmente fantástico ao nível estético, como se pode apreciar na fotogaleria. Como explica Van Roij, "o segredo não era fazer uma cópia do carro dos anos 60 mas antes honrá-lo de uma forma moderna". 

E o designer justifica essa opção, ao afirmar que "o Breadvan original não é um carro atraente, porque foi projectado para ser puramente funcional". 

A parte de trás é o ponto fulcral deste Breadvan Hommage adaptado do 550 Maranello: "Tivemos o luxo de poder abordá-lo ao nível do design e do estilo", explica Van Roij, "pelo que fomos capazes de esculpi-lo em vez de esquartejá-lo". 

A traseira foi, por isso, toda moldada à mão a partir de uma peça única em alumínio, com as duas ponteiras duplas de escape a ganharem uma enorme proeminência. 

À frente, foram esculpidas no capô duas entradas de ar e a campânula envidraçada central, como o modelo em que se inspirou, e foram instaladas novas ópticas. 

Os vidros laterais são agora deslizantes e os elementos de isolamento acústico foram eliminados, mantendo-se apenas o pára-brisas do Ferrari 550 Maranello. 

Os bancos em carbono, exactamente como os de competição, foram estofados a alcantara azul e o painel de instrumentos ganhou novos mostradores, em tudo idênticos aos dos anos 60. 

A suspensão tem agora amortecedores Koni reguláveis e as jantes em liga leve, de 20 polegadas, receberam pneus Vredestein.

"O cliente não quis nenhuma alteração mecânica no motor nem nas prestações", acrescenta Van Roij, o que significa que mantém o bloco V12 de 5,5 litros, com 485 cv e 568 Nm, do Ferrari 550 Maranello. 

"Todavia, com o novo escape, a condução da Breadvan Hommage é agora mais crua e emocionante", remata o preparador holandês Van Roij. 

Desconhece-se o valor que o projecto terá custado mas, sabendo que demorou cerca de dois anos a concretizá-lo, é muito provável que chegue ao 1,5 milhões de euros 

Mesmo assim, é um valor que deverá ficar bem longe dos mais de 30 milhões que poderá custar a Breadvan original. 

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