Foi um dos principais destaques no stand da Opel no salão automóvel de Frankfurt a estreia mundial do Grandland X Hybrid4.
Com as primeiras unidades a chegarem ao nosso país já em Março, tínhamos todo o interesse em "experimentar" na estrada o primeiro modelo híbrido plug-in na história da marca germânica… e logo num segmento tão concorrencial como é o dos SUVs.
A mítica Floresta Negra, no extremo sudoeste da Alemanha, não poderia, por isso, ter sido um local melhor escolhido para testar as capacidades do Opel Grandland X Hybrid4.
Uma manhã cheia de nevoeiro, com uma temperatura bem abaixo do zero, recebeu os participantes à saída do hotel em Basileia.
"Lá em cima está sol", motivaram-nos, sorridentes, os técnicos da marca quando nos viram a enregelar de frio ao vermos películas de gelo a cobrir os carregadores eléctricos que estavam a carregar a frota. E, de acordo com a marca, duas horas bastam para recarregar totalmente a bateria.
O "lá em cima" era na aldeia de Hinterzarten, junto ao lago Titisee, a uma altitude de 1200 metros. Para lá chegar havia 90 quilómetros pela frente, com a primeira parte a ser feita em via rápida e o segundo troço em estrada nacional.
A distância era mais do que suficiente para avaliar as capacidades deste híbrido plug-in que se coloca no topo da oferta da gama Opel.
"Equipado" com um motor de 1.6 litros a gasolina de quatro cilindros, com turbocompressor e injecção directa, os 200 cv oferecidos pelo propulsor térmico são complementados pelo motor eléctrico de 81 kW (110 cv) no eixo dianteiro, acoplado a uma caixa automática de oito relações.
O segundo motor eléctrico, de 83 kw (113 cv), integrado no eixo traseiro com um diferencial, permite obter a tracção às quatro rodas. O Grandland X Hybrid4 consegue, assim, uma potência combinada até 221 kW, equivalentes a 300 cv.
O seu desempenho não fica atrás dos principais concorrentes que estão colocados num patamar superior: 6,1 segundos dos 0 aos 100 km/hora para uma velocidade de ponta de 235 km/hora.
À disposição do "piloto" estão quatro modos de condução – Electric, Hybrid, All-Wheel Drive e Sport –, adaptados às condições da estrada em que se irá rolar.
Um dos predicados do SUV está na autonomia até 59 quilómetros em modo 100% eléctrico proporcionada por uma bateria de 13,2 kWh mas, neste modo, a velocidade máxima não ultrapassa os 135 km/hora, à semelhança do que sucede na tracção integral.
Com duas dezenas de quilómetros pela frente em via rápida, até nos desviarmos para a estrada nacional, o carro mostrou-se muito suave a rolar. Fosse em modo eléctrico, que corresponde ao arranque por defeito, ou em modo híbrido, quase não se dava pela mudança do tipo de propulsão ou a conjugação de ambas.
Claro que, quando se seleccionava os modos All-Wheel Drive ou Sport, o impulso dado pelos três propulsores a trabalhar em conjunto era mais do que notório mas sem se sentir no corpo aquela "violência" própria que o aumento de potência costuma dar.
Em termos de consumos, a marca apresenta valores em redor de 1,3-1,4 litros por cada centena de quilómetros percorridos, com 29 a 32 g/km de emissões poluentes segundo o ciclo WLTP, e não ficámos muito longe desses registos.
Nada mau para um familiar de toque desportivo nada pequeno – 4777 mm de comprimento por 1856 mm de largura e 1609 mm de altura, com 2675 mm entre eixos – que tem quase 1800 quilos de peso!
E, mesmo com a bateria colocada por baixo dos assentos traseiros, o espaço disponível para os ocupantes é generoso, apenas com a bagageira a ressentir-se, ao oferecer 390 litros de capacidade, subindo para os 1528 litros com os bancos rebatidos.
Já bem dentro da estrada nacional, foi o motor térmico a fazer as despesas já que, antes, tínhamos seleccionado a função e-Save para poupar "electricidade".
Desta forma, garantimos uma reserva de energia para 20 quilómetros em modo 100% eléctrico, sendo também possível escolher para dez quilómetros ou para com a bateria totalmente carregada.
Como a Opel indica, esta solução é particularmente útil quando entramos em zonas de circulação exclusiva de veículos eléctricos nos centros urbanos.
Mesmo assim, não foi simples recarregar a bateria, já que houve poucas travagens ou desacelerações para regenerar a energia despendida; afinal, estávamos em modo de escalada até ao cimo da serra!
O trânsito lento dos muitos camiões que seguiam à nossa frente também não permitiu usufruir de todas as capacidades do SUV face à quase impossibilidade de ultrapassagens.
Preferimos deitar, por isso, um olhar em redor do habitáculo e apreciarmos a qualidade do equipamento nesta versão ‘Ultimate’, que será também a única disponível para o mercado nacional.
Não é novidade nenhuma que a Opel continue a apostar no pragmatismo no desenho dos habitáculos dos seus modelos, optando antes por oferecer um conforto quanto baste, e colocar os comandos todos à mão em detrimento da parte estética.
E, no entanto, o equipamento de série do Grandland X Hybrid4 é bastante completo, ao incluir bancos dianteiros ergonómicos – não se perdia nada se tivessem maior apoio lateral – com revestimento em pele, complementado por plásticos de boa qualidade.
Há uma combinação muito positiva – pelo menos, nós gostamos – na "mistura" entre o quadro de instrumentos "analógico" e o ecrã de infoentretenimento táctil de oito polegadas instalado no centro da consola.
Compatível com o Apple CarPlay e Android Auto, é no Navi 5.0 IntelliLink digital que o condutor pode acompanhar todas as informações sobre o funcionamento do sistema híbrido do SUV.
Em relação aos sistemas de segurança que complementam o Grandland X Hybrid4 não há grandes razões de queixa. Como modelo premium que se assume, dispõe de série os sistemas de aviso de colisão iminente com travagem de emergência automática, detecção de peões e alerta de cansaço do condutor.
A assistência de manutenção de faixa, alerta de ângulo cego, programa de velocidade com limitador ‘inteligente’, reconhecimento de sinais de trânsito e câmara traseira com sensores acústicos complementam a oferta.
O sistema Opel Connect inclui navegação com dados de tráfego em tempo real e informação de preços em vigor nos postos de combustível, bem como ligação directa aos serviços de assistência na estrada e à emergência e-Call.
Foi no regresso a Basileia que conseguimos reter as qualidades mais desportivas do Opel Grandland X Hybrid4. É verdade que, na descida da montanha, todos os santos ajudam, mas o sistema de travagem mostrou-se particularmente eficaz, com a recuperação de energia para recarregar a bateria a revelar-se bem mais notória.
Mais uma vez, tínhamos uma fila de camiões pela frente, em que se pressentia que não iríamos, mais uma vez, usufruir das potencialidades do SUV.
Felizmente, a estrada tinha zonas de ultrapassagem alargadas, o que permitiu sentir todo o poder de aceleração do carro; sim, a potência máxima de 300 cv está lá e sente-se a sua vivacidade.
E, mesmo nas curvas mais apertadas não se sentiu aquele balanço desequilibrador que um carro tão pesado costuma revelar. Todavia, foi aqui que sentimos que os bancos dianteiros poderiam ser bem mais envolventes.
Cômputo final da experiência? Muito positivo, principalmente tendo em conta a poupança na factura do combustível que é possível obter ao final do mês, principalmente se puder recarregar a bateria de uma forma cómoda.
O nível de equipamento Ultimate, que é topo de gama neste modelo, será o único disponível no nosso mercado, com um preço de venda de 57.670 euros. Dirigido, em particular, ao segmento frotista, a mensalidade é proposta por 604,5 euros para um período de quatro anos ou 80 mil quilómetros.
Em Abril, chegará o Opel Grandland X Hybrid plug-in de tracção dianteira, com 224 cv de potência, com preços a partir de 46.720 euros.
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