“Guerra” comercial EUA-UE: o que está em causa?

A Ford, General Motors e Tesla são algumas das empresas norte-americanas que estão na lista negra da Comissão Europeia (CE), caso os Estados Unidos da América (EUA) avancem para uma guerra comercial contra a União Europeia (EU).

A medida retaliatória faz parte da listagem de bens que a CE está a elaborar, no valor de 35 mil milhões de euros, caso os EUA avancem com a subida dos impostos alfandegários sobre os automóveis europeus importados por aquele país.

Embora ainda estejam sob análise, as novas taxas apenas incidirão sobre os modelos fabricados em território americano, ficando de fora os produzidos no resto do Globo.

Recorde-se que as calças de ganga e o bourbon, dois dos produtos mais emblemáticos EUA, já são alvo dessa fiscalidade, depois de o presidente Donald Trump ter imposto o aumento, em 10% e 25%, respectivamente, das taxas aduaneiras sobre o alumínio e o aço europeus em Junho do ano passado.

"Se as taxas alfandegárias avançarem nos EUA, temos já uma lista de produtos americanos para reequilibrarmos a medida", afirmou esta terça-feira a comissária do Comércio durante uma audição no Parlamento Europeu. "Esperamos não ter de a utilizar", ameaçou Cecilia Malmström.

O governo de Donald Trump tem ameaçado com a possibilidade de taxar os automóveis fabricados no Velho Continente para defender a indústria local. "A ideia de que os carros europeus podem representar uma ameaça à segurança nacional dos EUA é absurda", acrescentou a comissária sueca.

A decisão foi adiada, em Maio, por seis meses, o tempo que ambas as partes consideram necessário para os dois espaços económicos viabilizarem um acordo comercial.

Todavia, as negociações, que serão limitadas apenas aos produtos industriais, excluindo o ramo automóvel, ainda nem sequer começaram. A vontade de Donald Trump querer juntar à discussão os apoios europeus sobre a agricultura parece ser o principal entrave para esta indecisão.