A Renault admitiu que pagou 50 mil euros para contribuir para a luxuosa festa de casamento do seu antigo "patrão", Carlos Ghosn, em 2016.
A fabricante gaulesa emitiu um comunicado onde revela que depois das auditorias de conformidade terem sido iniciadas a 23 de Novembro de 2018, descobriu que 50 mil euros foram alocados para o benefício pessoal de Ghosn, através de uma doação ao "Château de Versailles", local onde se realizou o evento.
De acordo com a Reuters, a Renault já terá informado as autoridades desta sua descoberta, mas o responsável legal de Ghosn, o advogado Jean-Yves Leborgne, já fez um comunicado onde garante que o seu cliente não tinha conhecimento desta contribuição.
"O espaço para eventos em Versailles foi disponibilizado para ele sem qualquer custo e o Sr. Ghosn não sabia que o uso do espaço seria cobrado a esta alocação da Renault. Carlos Ghosn pagou todas as despesas do seu casamento", pode ler-se no comunicado de Leborgne.
O jornal francês "Le Figaro" adianta que Versailles permitiu que Ghosn fizesse o jantar do seu casamento nos seus terrenos em troca de doações da Renault. Ao todo a marca francesa terá concedido 2,3 milhões de euros para as obras de recuperação deste símbolo francês, ficando com direito a benefícios por parte do "Château de Versailles" no valor de 575 mil euros.
Como parte deste acordo, a Renault terá ainda pedido permissão para alugar o espaço para um jantar no dia 8 de Outubro de 2016, aluguer esse que teve um custo de 50 mil euros.
Cabe agora às autoridades investigar se foi o próprio Carlos Ghosn a fazer este pedido. Certo, para já, é que o antigo "patrão" da Renault está detido em Tóquio, no Japão, desde o dia 19 de Novembro de 2018. Em causa o facto de Ghosn ter declarado rendimentos inferiores aos que efectivamente auferiu e de ter usado dinheiro da empresa para fins pessoais.