O
hiperdesportivo que a Mercedes-AMG revelou estar a desenvolver em Setembro passado continua a despertar imensa curiosidade e ainda no recente salão de Los Angeles o patrão da submarca desportiva da marca de Estugarda foi "bombardeado" com mais questões, revelando mais alguns detalhes.
Por um lado, confirmou que o grupo propulsor que o hiperdesportivo irá usar será mesmo o 1,6 litros turbo híbrido que equipa o W07 campeão do Mundo de F1, desmentindo informações que o motor térmico pudesse vir a ter uma cilindrada maior de forma a precaver maior fiabilidade.
"O nosso motor de F1 tem uma resistência que espantou muita gente", explicou Tobias Moers.
"Além disso, aguenta cargas tão elevadas que nunca serão atingidas quando for utilizado no dia-a-dia, em estradas públicas. Por isso não nos dará quaisquer dores de cabeça quanto a resistência mecânica".
Moers assegurou que a unidade motriz provinda da Fórmula 1 debitará mais de mil cavalos, mas recusou confirmar o número de 1200 cv que andava a circular. Apenas adiantou que o valor de potência será de quatro dígitos… É também sabido que a carroçaria será feita em fibra de carbono, em torno de uma monocoque inspirada na do F1 (mas com dois lugares), também naquele material resistente e muito leve. Tudo porque o objectivo dos 1000 kg para este carro continua a ser primordial, o que significará uma relação peso/potência ligeiramente abaixo de 1 kg/cv!
Os motores, sendo basicamente os mesmos da F1, serão construídos em Brixworth, a fábrica inglesa onde são feitos os grupos propulsores que já coleccionam três títulos de Construtores e, no próximo fim-de-semana, somarão o terceiro título de Pilotos. O maior problema dos técnicos da AMG é conseguir controlar as emissões do grupo propulsor, de forma a conseguir a sua homologação para estrada. Mas também encontrar uma caixa de velocidades capaz de ser utilizável na estrada – coisa que a do F1 não seria – e de encaixar valores tão elevados de potência e binário…
O presidente da Mercedes-AMG também não quis adiantar valores esperados quanto a prestações, mas o que se fala é que estes hiperdesportivo chegará aos 100 km/h em apenas 2,5 s, tendo uma velocidade máxima de 355 km/h. Moers apontou para uma produção
"limitada algures entre as 200 e as 300 unidades", mas não quis opinar quanto ao valor de que se fala para o preço de peça tão exclusiva: 3,5 milhões de euros!...
A parte em que Tobias Moers foi bastante mais claro foi quanto ao estado do projecto (
"o desenvolvimento já começou há algum tempo") e ao plano de testes dinâmicos: deverão iniciar-se em Outubro do próximo ano e, a determinada altura, Lewis Hamilton e Nico Rosberg serão chamados a participar no desenvolvimento deste hiperdesportivo para o colocarem… "no ponto"!
É, pois, muito provável que as entregas das primeiras unidades sejam feitas ainda no decorrer de 2018, embora todos esperem a primeira apresentação pública deste hiperdesportivo, mesmo que numa fase ainda algo prematura, para o salão de Frankfurt, em Setembro do próximo ano: afinal ele foi anunciado como servindo de comemoração dos 50 anos da AMG que foi fundada em 1967…
Este é um projecto… híper importante para a AMG, enquanto "porta-estandarte" de uma marca que se pretende autonomizar cada vez mais da Mercedes, indo além de uma simples divisão de versões desportivas. Já tem os seus próprios modelos – começou pelo SLS e tem agora o AMG GT – e, ao longo de 2017, são esperados mais dez produtos com a chancela AMG!