Aston Martin vs Rolls-Royce: zangaram-se as aristocratas comadres!

Ai que os lordes zangaram-se! E a coisa já vai quase na base da "peixeirada", refinada "of course"… Aston Martin e Rolls-Royce andam "pegadas", com altos responsáveis a trocarem palavras duras, como raramente se vê em marcas… "low cost", quanto mais em dois dos mais reputados e luxuosos construtores do Mundo! Uma guerra de palavras que teve por base a eletrificação e o futuro dos automóveis de luxo.

Verdade seja dita, foi a Aston Martin quem começou a briga, ao apresentar o "concept" do Lagonda com que voltou a despertar a sua marca de luxo, antecipando no salão de Genebra um conceito de berlina híper luxuosa de locomoção eléctrica. Na altura, o responsável pelo "design" da marca, Marek Reichman, não foi nada meigo, embora começasse num tom mais suave: "É uma inspiração para o que serão os produtos de luxo no futuro. O mundo está a mudar mas o luxo não, ainda não foi combinado com a tecnologia".

Foi, então, que chamou a rival Rolls-Royce com uma… "entrada a pés juntos"! "Veja-se a Rolls-Royce: é a marca de automóveis mais luxuosa do mundo. Pelas suas raízes, a sua razão de ser, continua, essencialmente, a ser um motor de combustão interna a substituir um cavalo, uma carruagem e um baú. É um embrulho imperfeito para o luxo".

Mas Reichman não se ficou por aqui… Além de explicar que não via "executivos da Apple ou da Google num Rolls-Royce Phantom mas que os via num Lagonda", acrescentou: "Actualmente, a Rolls-Royce e a Bentley são a Grécia Antiga. Eu trabalhei no Phantom original. A ideia base era o Palácio de Buckingham sobre rodas. Era importante conseguir isso. Mas o mundo mudou e as realezas também".

Claro que, depois de tudo isto, a resposta da Rolls-Royce não se fez esperar e veio pela voz do seu próprio presidente, Torsten Müller-Ötvös, logo com uma frase à altura das declarações do homem da Aston Martin: "Eles não conseguem, de facto, entender o nosso segmento, nem os nossos clientes. Jogam numa liga totalmente diferente em termos de preço e não têm qualquer pista sobre o que se passa no segmento do topo dos topos – zero! Lamento ser tão directo".

E Torsten Müller-Ötvös fez questão de lembrar que, se a Aston Martin se lembrou agora de atacar o segmento de luxo com um automóvel eléctrico, a Rolls-Royce já há bastante tempo tinha mostrado qual o caminho: "Quando revelámos o ‘concept’ 103EX, em 2016, a Rolls-Royce marcou a agenda do futuro da mobilidade de luxo! Desde então, ficou claro que outras marcas reconheceram a nossa visão, de tal forma que adoptaram muitos dos seus aspectos. A visão da Rolls-Royce em 2016 era, e continua a ser, totalmente eléctrica, completamente autónoma e uma mobilidade única com o máximo nível de luxo".

Irá a Aston Martin contra-atacar? Ou será que os "gentlemen" percebem a triste figura que andam a fazer e sabem que, nas suas marcas, há muito mais a preservar que a simples imagem. E que estes "jogos florais" em nada ajudam a manter intocado o prestígio que ambas conquistaram. A não ser que voltemos aos tempos dos duelos em armas…