2016 entrou na recta final e a bandeirada de chegada acontece, como sempre, à meia-noite. As últimas horas do ano são sempre marcadas por balanços mais ou menos chatos e que ninguém tem paciência para ouvir. Passamos ao lado dessa tradição, esquecendo discursos sobre "o estado do mundo automóvel", mas, como gostamos de desportivos, não resistimos a destacar cinco modelos que nos marcaram ao longo de 2016.
FERRARI J50. Uma série especial realizada pelo departamento de "Special Projects" da marca de Maranello e limitada a 10 unidades não será por certo um modelo passível de vir a ser visto na rua por qualquer comum mortal. Mas este roadster é tão ou mais importante quanto foi realizado com base no 488, talvez o melhor coupé de motor central disponível no mercado e, para além disso, mostra uma evolução importante ao nível do compromisso design/aerodinâmica, que muitos consideram como um ponto de partida para futuros modelos da Ferrari. Por isso, o
Ferrari J50 tem de ficar na nossa memória, porque qualquer evolução do 488 vai naturalmente passar pelas opções que levaram à sua realização.
ASTON MARTIN DB 11. Os coupés da marca de Gaydon nunca foram radicais na forma, mas mantêm uma imagem e um estilo que faz parte da tradição dos desportivos britânicos e não deixam ninguém indiferente. O novo
DB11 é o herdeiro do DB9 de 2008 e, tal como ele, conta com um motor V12 em posição central dianteira cuja redução de cilindrada do 6.0 atmosférico para 5.2 litros foi compensada com a adopção de dois turbos, que contribuem para os 608 cv de potência oferecidos.
A imagem deste coupé, aliada ao requinte de um habitáculo que concilia luxo com um carácter vincadamente desportivo, não deixa ninguém indiferente. Mas só o condutor pode desfrutar de um modelo capaz de chegar aos 322 km e atingir os 100 km/h em 3,9 segundos.
PORSCHE 911 R. Pode dizer-se que o
Porsche 911 R é um carro à medida daqueles que acham que a tradição deve ser igual ao que sempre foi. A marca de Weissach apostou nos motores turbo para cumprir os ditames legais das emissões sem beliscar as performances, mas abriu uma excepção para um bloco boxer de seis cilindros com 500 cv de potência com uma caixa manual de seis velocidades. O 911 R foi desenvolvido pelo departamento de competição da Porsche, que apostou forte na redução de peso, retirando algum requinte ao habitáculo. Mas o cliente de um 911 R apenas exige performances e elas estão disponíveis. A velocidade pode chegar aos 323 km/h e é possível passar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Para se ter uma ideia, podemos dizer que o 911 R é mais rápido que o 911 GT3 (310 km/h) ou o 911 Turbo (320 km/h) que tem mais 40 cv de potência. Mas atenção: esta é uma proposta mais do que radical, apenas para os fanáticos da condução que estão dispostos a abdicar de tudo o resto.
BMW M4 GTS. O GTS é mais do que uma versão do M4 Coupé pensado para uma utilização em estrada, sem temer aventuras em pista. A BMW alterou a imagem para favorecer a aerodinâmica e o chassis para vincar o carácter desportivo do
M4 GTS, virado para uma utilização radical em pista, apesar de também poder andar em estrada.
O motor de seis cilindros em linha com 3.0 litros de cilindrada conta com dois turbo e um sistema inovador de injecção de água. Tudo foi pensado para maximizar uma potência que chega aos 500 cv, e detalhes como as regulações da suspensão, do spoiler anterior e da asa traseira mostram o cuidado ao nível do comportamento dinâmico, que também ditou a alteração da direcção. O M4 GTS chega aos 305 km/h e pode passar de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Mas mais impressionante do que os números é a condução de um carro que depois de conduzido nunca mais pode ser esquecido.
MERCEDES-AMG E63 S. Um grande desportivo não tem necessariamente de ser um coupé de duas portas. Se não acredita, pense no
Mercedes-AMG E63 S... O coração deste familiar de quatro portas, à medida de chefes de família muito apressados, é um motor V8 onde a cilindrada baixou de 5.5 para 4.0 litros com a novidade de dois turbos surgirem colocados no meio das bancadas dos cilindros, a exemplo do que acontece com os blocos da F1. Os 610 cv de potência falam por si e são colocados no chão pela tracção total permanente 4Matic, mas o "modo Drift" permite fazer escorregar as rodas traseiras em aceleração e "queimar pneus" como se fosse um modelo de tracção traseira. Com a ajuda do "launch control", esta berlina de três volumes e quatro portas é capaz de passar de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e só não vai além dos 250 km/h porque está limitada electronicamente a essa velocidade.