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Híbrido 'plug-in' ou 100% eléctrico? BYD Seal U já foi ensaiado

14:45 - 24-07-2024
 
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A chinesa BYD prossegue a ofensiva europeia em modo eléctrico mas agora também com um SUV que abraça a tecnologia híbrida de ligar à ficha.

Se o nome aponta de imediato à berlina que se sagrou Carro do Ano no nosso país em 2024, há diferenças que se mostram bem evidentes para além do próprio visual do carro.

As características do sexto modelo da marca a chegar ao Velho Continente, se se ignorar o furgão comercial, colocam-no obviamente num patamar mais dedicado às famílias.

Resta agora saber se a nova proposta consegue evidenciar-se, para além do preço, num mercado onde são inúmeros os rivais.

O Aquela Máquina testou as duas propostas num curto ensaio em Lisboa e arredores, e avança com todos os preços.

Visual pouco disruptivo

Com um porte mais massivo que as linhas fluidas não conseguem disfarçar, o BYD Seal U apresenta uma estrutura menos sofisticada nos 4,78 metros que mede de comprimento.

À frente impõe-se a dianteira arredondada em forma de X, com as ópticas a sobreporem-se a um pára-choques que reafirma a robustez do SUV.

A linha de cintura, que se estende desde os faróis até aos farolins, é realçada pelas jantes em liga leve de 19 polegadas com acabamento em preto e prateado.

Falta alguma originalidade à traseira, com o pára-choques acentuado pelos detalhes cromáticos das rodas, com os farolins inspirados nas gotas de água que a linguagem de estilo Ocean Aesthetics assume.

O habitáculo é marcado por uma atmosfera premium, com superfícies suaves ao toque e acabamentos de qualidade, patentes nos painéis das portas e na consola central forrados em pele vegan.

Com um bom espaço a bordo que os 2,77 metros de distância entre eixos oferece, o posto de condução é marcado pela instrumentação com 12,3 polegadas e pelo ecrã multimédia giratório de 15,6 polegadas.

Para a bagageira são avançados 552 litros de capacidade para o "eléctrico", com o híbrido plug-in a ver essa capacidade cair para os 425 litros.

Os sistemas de assistência à condução são comuns a outros SUV desta categoria, com destaque para o programador de velocidade activo com manutenção de faixa, e travagem automática de emergência.

Silêncio e conforto eléctricos

Em teste para um curto ensaio em Lisboa foi proposto ao Aquela Máquina não apenas o 100% eléctrico BYD Seal U mas também o híbrido plug-in Dual Mode (DM-i), tecnologia que a marca estreia na Europa.

A separá-los, para além dos grupos motopropulsores, estão diferenças estéticas por fora e por dentro, mas demasiado subtis para serem realçadas.

E na estrada, como é que ambos se comportam? Nada mal para um SUV que privilegia mais o conforto do que o dinamismo afirmado pela berlina.

Longe de ser uma surpresa, somam-se movimentos laterais significativos assim que se acelera o ritmo devido ao amortecimento muito suave, mais próprio para filtrar as irregularidades do alcatrão.

A direcção carece de alguma precisão (só em modo Sport ganha consistência) e as travagens não são suficientemente naturais, a privilegiarem mais as desacelerações para recuperar o máximo de energia.

Felizmente, as ajudas à condução são bem efectivas a regular essas imperfeições e, desde que não se tente confirmar a agilidade que o SUV não tem, consegue-se uma condução agradável.

A versão Comfort com o motor de 160 kW (218 cv) e 310 Nm assume um bom nível de condução, com a bateria de 71,8 kWh a prometer distâncias entre cargas até 420 quilómetros.

É uma autonomia mais do que suficiente para a cidade mas talvez demasiado curta para viagens mais longas, a que um carregamento rápido limitado a 115 kW (espera de 40 minutos) também não ajuda.

A apoiar a regeneração de energia está um sistema dividido em três níveis, embora se tenha percebido que, mesmo no regime mais elevado, a recuperação pareceu ser demasiado baixa.

A questão está melhor resolvida na variante Design que, embora mantendo a mesma potência mas com mais 20 Nm de binário, tem a vantagem da bateria de 87 kWh, recarregável a 140 kW, levar o SUV até aos 500 quilómetros.

Híbrido plug-in com autonomia alargada

Se, visualmente, quase nada distingue o Seal U eléctrico da variante DM-i híbrida plug-in, a nível técnico as modificações são numerosas e não dizem respeito apenas ao que se está debaixo do capô.

A direcção e o amortecimento são mais efectivos mas, mesmo assim, não evitam os balanços laterais próprios dum carro com as suas características fora da cidade ou da auto-estrada.

Proposto em dois acabamentos, ao Aquela Máquina coube o Boost, que combina um bloco turbo de 1.5 litros com 98 cv e um propulsor eléctrico de 197 cv para uns globais 218 cv e 300 Nm.

O topo de gama é assegurado pelo Design, com os dois motores eléctricos alinhados com o bloco a gasolina a darem 324 cv e 550 Nm combinados às quatro rodas.

A diferença está mesmo na capacidade da bateria: o acumulador de 26,6 kWh dá uma autonomia até 125 quilómetros, contra os 18,3 kWh do segundo a darem uma distância até 70 quilómetros.

Ergonomia bem conseguida

Ao volante, encontrar uma boa posição para o condutor não é problema como já acontecia no "irmão" eléctrico, graças à amplitude dos ajustes do banco e do volante.

A ergonomia continua bem pensada, mesmo se quase todos os comandos estão no ecrã multimédia, embora seja possível configurar vários atalhos relacionados com a direcção, conforto e infoentretenimento.

Bem insonorizado e progressivo na entrega de potência, o SUV incentiva uma condução tranquila, com as acelerações a baixa velocidade a serem agradavelmente fluidos.

À escolha está a gestão automática do sistema motriz ou a selecção manual entre os modos eléctrico e híbrido se a carga da bateria for suficiente.

Mais uma vez, falta alguma consistência à direcção e os balanços laterais podem ser desagradáveis numa estrada nacional mais sinuosa mas o conforto a bordo mantém-se a bom nível.

O BYD Seal U DM-i não carece de qualidades: confortável, bem equipado e melhor acabado, o amplo espaço a bordo apenas é contrastado por uma bagageira demasiado pequena para um familiar.

Além disso, aproveita a óbvia eficiência energética para oferecer uma autonomia que pode chegar aos 125 quilómetros, mais do que suficiente para o uso diário como "eléctrico" no tráfego urbano.

Pena é que o carregamento da bateria em corrente contínua esteja limitado a 18 kWh mas sem ser demasiado graves para tirar partido das suas capacidades.

Com características motrizes bem diferenciadas, são inegáveis as qualidades de ambos os BYD Seal U, visíveis nos acabamentos, mesmo se na estrada seja quase tão banal como os principais adversários.

Versão Preço
Seal U Comfort (100% eléctrico) 42.990 euros
Seal U Design (100% eléctrico) 45.790 euros
Seal U DM-i Boost (híbrido 'plug-in') 40.169 euros
Seal U DM-i Design (híbrido 'plug-in') 46.168 euros

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