Sabia que a electricidade que é utilizada pelos monolugares de Fórmula E é produzida no paddock por grandes geradores alimentados a diesel?... Os monolugares têm emissões zero, mas o gasóleo que os alimenta é o combustível proscrito que os políticos mais radicais querem erradicar.
Não sabemos quanto dos 21.000 litros de diesel foi queimado mas sabemos que, em pista, os monolugares não produzem emissões poluentes. Só que, no paddock, as chaminés (sem filtros de partículas) lançam para o ar o fumo do gasóleo com o CO2 e todas as partículas inerentes. Isto mostra, de forma evidente, que num mundo feito de contradições o desporto automóvel não é uma excepção.
O que se passa nas pistas onde os Fórmula E ostentam a chancela ecológica, também acontece no dia-a-dia, onde os automóveis eléctricos são abastecidos com electricidade que foi produzida sabe-se lá como e não entra na contabilidade das emissões poluentes, apesar de na maioria dos países (Portugal é excepção) ter origem em combustíveis fósseis.
Não temos nada contra a electrificação, nem nada a favor do diesel, mas importa perceber que há muita demagogia nos argumentos de parte a parte. E não nos podemos esquecer de quem vende gato por lebre: em público assume a posição politicamente correcta da defesa das emissões zero, ao mesmo tempo que nos bastidores queima gasóleo à farta...
Mesmo com todas estas contradições a nova temporada reuniu nove construtores de automóveis, um número (talvez) inédito num campeonato internacional, o que diz bem da aposta das marcas na via eléctrica…