5 nostálgicos que nos remetem para os ralis dos anos 60 e 70

A nostalgia continua a ter mercado no mundo dos automóveis com bons exemplos em todos os campos, e o desporto não é uma excepção. Por isso, encontramos hoje várias propostas que apontam nesse sentido, desde a Alpine recuperada pela Renault à britânica Mini assumida pelos alemães da BMW.

Se esta pode ser uma realidade dos dias de hoje, está longe de ser uma moda actual. Esta ideia vem de trás e em 2003 a Lancia mostrou o Fulvia HF Concept. Mas vamos por partes...

5º LANCIA FULVIA HF. A Lancia lutava pela sobrevivência em 2003, numa altura em que já se falava da morte anunciada de uma das jóias da coroa do Grupo Fiat. No salão automóvel de Frankfurt surgiu um protótipo que piscava o olho a "dinheiro fácil". Por trás deste projecto estava Luca de Meo, o actual presidente da SEAT, e o designer Flavio Manzoni.

O projecto foi inspirado no Fulvia HF 1.6 que venceu o Campeonato Internacional de Marcas de Ralis em 1972. O motor de quatro cilindros em "V" tinha 1.584 cc de cilindrada e debitava 160 cv de potência. O seu "herdeiro" nunca passou da "teoria à prática" e foi mais uma oportunidade perdida para revitalizar a Lancia.

4º MINI COOPER S. Sir Alec Issigonis revolucionou o mundo automóvel com o Mini, um modelo compacto e diferente de tudo o que tinha sido feito até então. A proximidade com John Cooper abriu as portas para o desenvolvimento de modelos destinados à competição e a vitória de Paddy Hopkirk no Rali de Monte Carlo catapultou a imagem de um pequeno grande desportivo, que em quatro ano ganhou a prova monegasca por três vezes.

Quando a BMW garantiu o controlo da Mini assumiu essa tradição e rapidamente criou propostas orientadas que recuperar a mitologia da marca: Cooper S e mais tarde John Cooper Works, que ainda hoje fazem parte do catálogo. O mais potente dos Mini oferece hoje 231 cv e é um garante de emoções fortes.

3º FIAT 124 SPIDER ABARTH. Se há modelos mal-amados no mundo dos ralis, o 124 Spider Abarth é um deles. O motor de 1.608 cc, homologado em 1971 num período de mudança no mundo das provas de estrada, teve sucesso, mas tinha a concorrência interna da Lancia no Campeonato Internacional de Ralis, onde acabou por terminar no segundo lugar. Em 1973, quando teve início o Campeonato do Mundo de Ralis e a Lancia desenvolvia o Stratos, os franceses apostavam no Alpine.

O novo 124 Abarth Rallye tinha um motor com 1.756 cc com 170 cv. As cinco vitórias num campeonato com 13 etapas não foram suficientes para os italianos baterem os franceses da Alpine, mesmo depois de grandes sucessos como a vitória de Markku Alen no Tap Rali de Portugal.

A Fiat recuperou a imagem destes tempos com um modelo realizado em parceria com a Mazda. Tem por base o MX-5 e voltou a contar com uma proposta Abarth com 170 cv.

2º ALPINE A110. A excelente relação peso/potência e, ao mesmo tempo, a fiabilidade nas provas mais duras e desgastantes foram trunfos para permitir à Alpine vencer a primeira edição do Campeonato do Mundo de Ralis. A equipa dos "três Mosqueteiros" – Andruel, Therier e Darniche – garantiram seis triunfos nos 13 ralis do campeonato.

Já lá vão 45 anos, mas a Renault decidiu recuperar a marca Alpine e realizou um modelo nostálgico com um motor de 1,8litros com 252 cv de potência.

1º LANCIA STRATOS. Nenhum carro pensado para os ralis foi tão longe como o Lancia Stratos, nascido de uma ideia de Cesare Fiorio, na altura o responsável pela presença desportiva do Grupo Fiat. É um cocktail explosivo: foi desenhado pelo "mestre" Marcello Gandini e contava com um motor V6 da Ferrari, com 2.418 cc e 280 cv de potência. Foi desenvolvido pela Bertone e assinado por Marcello Gandini, um dos magos do design italiano.

Talvez seja um dos automóveis de sempre e, se o tempo passou, continua a ter adeptos fiéis. Por isso, ainda há quem sonhe com esta modelo e a Manifattura Automobili Torino, criada em 2014 por Paolo Garella, anunciou que vai produzir 25 unidades do "novo" Stratos. A produção é reduzida e parece que a procura está a superar a capacidade de oferta...

O modelo foi apresentado no último salão automóvel de Genebra. Foi realizado com base num Ferrari F430 e conta com um motor 4.3 V8 com 510 cv de potência.