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Um turbilhão híbrido de emoções: Bugatti Tourbillon dá 1.800 cv por 3,8 milhões de euros

A Bugatti avançou esta sexta-feira com uma nova proposta multimilionária, três semanas após ter saído da linha de montagem o último dos 500 exemplares do Chiron.

Chama-se Tourbillon e na sua génese está o mesmo prazer acelerado de condução que sempre ofereceram os hiper desportivos da insígnia francesa.

A principal novidade está mesmo no sistema motriz híbrido plug-in capaz de oferecer uma potência combinada de 1.800 cv.

Com os primeiros exemplares a serem entregues a partir de 2026, na calha está uma produção limitada a 250 unidades, com o preço a arrancar nuns delirantes 3,8 milhões de euros antes de impostos.

Motor atmosférico, sim…

Os sinais de alarme começaram a tocar quando em 2021 a Volkswagen anunciou a venda da Bugatti a uma parceria formada pela Porsche e a Rimac, criadora croata do hiper desportivo eléctrico Nevera.

Depressa surgiram rumores que apontavam para um sucessor 100% electrificado do Chiron, agora desmentidos com o fantástico Tourbillon.

O modelo não foge às linhas desafiantes dos seus "irmãos" mais velhos mas sob a carroçaria está um novo e invulgar sistema motriz que combina a combustão com a electricidade.

Tomando como base o mecanismo do relógio de precisão criado por Abraham-Louis Breguet com o mesmo nome no final do século XVIII, em destaque está o predomínio da mecânica sobre a electrónica.

O bloco quadturbo W16 de 8.0 litros introduzido há vinte anos pelo Veyron foi substituído por uma motorização híbrida plug-in.

… suportado por três "eléctricos!

Em posição central traseira está um novo V16 atmosférico de 8.3 litros projectado com a Cosworth, capaz de debitar 1.000 cv e 900 Nm.

Com apenas 252 quilos de peso, graças ao abuso de materiais mais ligeiros, está associado a uma nova caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades.

A secundá-lo estão três propulsores eléctricos, cada um com 250 kW (340 cv), com dois montados nas rodas dianteiras e o terceiro no eixo traseiro para proporcionar a tracção integral.

Os 1.800 cv combinados passados ao alcatrão, mas sem indicação do binário global, são apoiados por uma bateria de 25 kWh com arquitectura de 800 volts para uma autonomia em redor dos 60 quilómetros.

São mais 200 cv do que os propostos pelo Chiron, mas num Tourbillon mais leve ou não fosse ele construído numa nova estrutura monocasco em fibra de carbono, material também usado na carroçaria.

O chassis ganhou uma nova suspensão com arquitectura multibraços em alumínio nas quatro rodas,  com os travões carbono-cerâmicos a serem accionados por via eléctrica.

As jantes em liga leve, de 20 polegadas à frente e 21 atrás, são "calçados" por pneus Pilot Sport Cup 2 personalizados da Michelin.

A tomar como certo os valores de aceleração avançados pela Bugatti, o Tourbillon é um verdadeiro dragster ao cumprir em dois segundos o sprint dos zero aos 100 km/hora.

Para chegar aos 200 km/hora, bastam-lhe cinco segundos, com o tempo de espera para bater nos 300 km/hora a atingir os dez segundos… e a velocidade máxima está libertada até aos 445 km/hora!.

Estilo ainda mais aerodinâmico

Evolução natural do Chiron, a começar pelas suas linhas, o Tourbillon foi projectado de maneira a que o fluxo de ar responda às necessidades da força descendente, velocidade e arrefecimento.

Os estilistas afirmam que a inspiração para o desenhar foi dada pelos Type 35, Type 57SC Atlantic e Type 41 Royale, três dos modelos mais icónicos da construtora.

A saliência frontal está mais estendida e a grelha em forma de ferradura adopta um formato mais plano, com as enormes entradas de ar a decorarem os extremos do pára-choques.

A traseira muito elegante abriga uma faixa luminosa de luz sobre o enorme difusor que abriga as quatro ponteiras de escape, com o nome da marca retroiluminado ao centro.

A asa móvel, que é "invisível" em baixa velocidade, é accionada sempre que é necessário reforçar a força descendente a alta velocidade mas também para servir como travão aerodinâmico.

A Bugatti elogia a aerodinâmica melhorada do novo hiper desportivo face ao Chiron ao apresentar uma área frontal mais ligeira, com os bancos mais próximos um do outro por o habitáculo ser mais estreito.

Estão igualmente montados numa posição mais baixa, o que permitiu reduzir a altura da carroçaria mas sem interferir com o espaço a bordo.

Um verdadeiro relógio suíço

Abertas as portas na vertical, percebe-se de imediato um posto de condução dominado por um painel de instrumentação analógico.

Projectado por relojoeiros suíços, os mostradores com fundo transparente indicam a velocidade, rotações do motor, temperatura dos fluidos, nível de combustível e carga, bem como a energia térmica e eléctrica.

A consola central em alumínio e cristal é decorada com três comandos circulares com visores digitais ecrãs e várias alavancas para controlar funções como a climatização e a posição da transmissão.

A Bugatti afirmou que tentou evitar ao máximo a digitalização do habitáculo para garantir a intemporalidade do design.

Mesmo assim, na parte superior da consola está um pequeno ecrã retráctil para comportar o sistema de infoentretenimento e exibir imagens quando se fazem manobras de marcha atrás.

O revestimento interior é totalmente em pele, com os bancos a serem fixados ao piso; apenas os pedais de aceleração e travagem podem ser ajustados em profundidade.

Tal como o Veyron e o Chiron, o Tourbillon será fabricado no Atelier Bugatti em Molsheim, na Alsácia. E, como uma peça de arte sempre inacabada, é lá que prosseguirá o seu desenvolvimento.

Com uma produção limitada a 250 exemplares, o preço do hiper desportivo foi fixado nos 3,8 milhões de euros antes de impostos, com as primeiras entregas a acontecerem no início de 2026.

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