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Luxuoso, tecnológico e polivalente: já guiámos o Mercedes EQE SUV

O Mercedes EQE seguiu os mesmos passos do EQS: depois da berlina, eis que é proposta a variante SUV para ganhar polivalência e dinamismo dentro e fora do alcatrão.

Nono modelo a integrar a gama eléctrica EQ do construtor germânico, é proposto com duas e quatro rodas motrizes para uma autonomia até aos 590 quilómetros.

O Aquela Máquina esteve na apresentação internacional do modelo na Ericeira e testou as versões EQE 500 4MATIC e EQE 350+.

Linhas idênticas ao EQS

Mais pequeno do que a berlina EQE, mas com mais espaço a bordo, o EQE SUV mantém o visual estético que o liga à família da Mercedes movida a electrões.

A dianteira é quase idêntica, embora a grelha fechada seja ligeiramente maior, e com o pára-choques a ser realçado pelas entradas de ar central e laterais. A traseira com a faixa luminosa é típica da linha EQ.

As suas formas também são muito próximas à do EQS SUV, mesmo que este EQE seja obviamente mais pequeno.

São 4,86 metros de comprimento por 1,94 de largura e 1,69 de altura, com a distância entre eixos a fixar-se nos 3,03 metros.

Apesar das suas dimensões algo imponentes, beneficia das rodas traseiras direccionais, que são opção, capazes de rodar até um ângulo de dez graus.

As jantes em liga leve, que vão de 19 a 22 polegadas, dão-lhe o porte atlético que se reflecte na potência do sistema motriz eléctrico.

As linhas encurvadas, sem quaisquer arestas, predominam na estrutura do Mercedes EQE SUV para conseguir um coeficiente aerodinâmico de Cx 0,25, mesmo tendo soleiras laterais.

A contribuir para este valor estão vários detalhes relevantes, como os deflectores das rodas dianteiras, enquanto as traseiras beneficiam de um spoiler discreto a direccionar o ar para criar menos turbulência.

Cápsula de luxo

A Mercedes fez do EQE SUV uma verdadeira cápsula de luxo, com uma atenção muito cuidada a cada detalhe. Por dentro, o EQE segue as linhas da berlina, realçado pelos materiais e acabamentos premium.

O protagonismo é dado ao MBUX Hyperscreen, a ocupar o tabliê a toda a largura na variante EQE SUV 500 4MATIC, a que se soma a consola central flutuante para arrumar pequenos objectos na parte inferior.

Concebido para cinco pessoas, a bagageira oferece uma capacidade de 520 a 580 litros, dependendo da inclinação dos bancos traseiros.

Realçado pelos materiais e acabamentos premium, o protagonismo é dado ao MBUX Hyperscreen, a ocupar o tabliê a toda a largura na variante EQE SUV 500 4MATIC.

Consiste num painel de instrumentos de 12,3 polegadas, alinhado com um ecrã táctil central de 17,7 polegadas e outro de 12,3 polegadas para o acompanhante.

O sistema de infoentretenimento, que pode ser controlado por voz, dispõe de um assistente com inteligência artificial e permite actualizações remotas.

O habitáculo é complementado com iluminação ambiente, controlo climático de quatro zonas e sistema de purificação de ar actualizado.

E, como é nos bancos traseiros onde realmente se percebe a largueza de movimentos, percebe-se que na segunda fila o espaço para as pernas é mais do que notável, com o piso plano a proporcionar maior conforto.

Quanto à segurança e apoio ao condutor, dispõe dos mais evoluídos assistentes de condução semi-autónoma de nível 2, entre outros sistemas já comuns neste segmento de luxo.

Dinâmica racional

As estradas do Guincho e da Ericeira serviram de palco de testes ao EQE SUV 500 4MATIC, alimentado por dois motores eléctricos a darem uma força de 300 kW (408 cv) e 858 Nm às quatro rodas.

Com as acelerações a não "colarem" ao banco, como fariam adivinhar os 4,9 segundos que demora a chegar aos 100 km/hora, tudo se torna mais fácil para controlar um carro que pesa mais de 2,5 toneladas.

Mesmo não tendo sido possível tirar todo o partido do SUV nas curvas do Cabo da Roca e da serra de Sintra devido ao muito trânsito, deu para perceber o bom equilíbrio do chassis.

A suspensão pneumática e as rodas traseiras direccionais são, neste caso, um precioso contributo para dar maior dinamismo, embora a direcção careça de alguma sensibilidade.

Como bónus adicional, a suspensão pneumática significa que é possível elevar o curso dos amortecedores até 30 mm até aos 80 km/hora, ou baixar 20 mm quando se conduz no modo Sport acima dos 120 km/hora.

A esse modo de condução juntam-se mais quatro: Eco, Comfort, Individual e Offroad, quando equipado com o sistema 4MATIC, com diferenças notáveis entre cada um mas sempre com a sensação de um enorme conforto a bordo.

O comportamento em curvas mais fechadas é satisfatório desde que se perceba o peso e as dimensões deste SUV. Tudo acontece sem que se sintam demasiados solavancos, o que reforça a confiança ao volante.

Aliás, um dos pontos a realçar é o tempo que é preciso habituarmo-nos ao pedal do travão, já que a sua consistência varia de acordo com a intensidade da travagem e o modo de regeneração seleccionado.

Não sendo um puro desportivo, apesar da sua potência e binário, a atenção recaiu sobre a eficiência e qualidade de condução.

Aí, poucos reparos há a fazer: a regeneração de energia, quando seleccionado nas patilhas do volante o modo "inteligente" dos quatro modos de recuperação que dispõe, são muito eficazes.

Em ligação à direcção assistida, o EQE SUV quase parece capaz de autoconduzir-se nessas condições, e, em modo de roda livre, quase parece flutuar na estrada graças ao desacoplamento automático do motor dianteiro.

Sem grande esforço, consegue-se manter os consumos abaixo dos 20 kWh, o que permite à bateria de 90,6 kWh oferecer uma autonomia até aos 540 quilómetros.

Conforto de grande estradista

Já no regresso a Lisboa, com o EQE SUV 350+ nas mãos, são óbvias as diferenças em relação ao "irmão" mais potente.

Afinal, são apenas 215 kW (292 cv) e 565 Nm debitados por um motor eléctrico a dar tracção às rodas traseiras.

Benéfico, no então, é o facto de a menor potência e binário permitir à bateria de 90,6 kWh oferecer até 580 quilómetros com uma única carga e um consumo médio a rondar os 18 kWh.

Claro que há vários elementos diferenciadores, quer na afinação do chassis, quer no equipamento a bordo, com o MBUX Hyperscreen a dar lugar a um ecrã multimédia em forma de tablet.

Em auto-estrada, no regresso a Lisboa, quase nenhum defeito foi encontrado: o conforto mantém-se, como grande estradista que é, e a tecnologia a bordo de última geração cumpre o que lhe é pedido.

Claro que, para quem goste de uma condução mais nervosa e dinâmica, está longe do que é oferecido pelo EQE SUV 500 4MATIC.

Os preços para ambos os modelos estão ao nível do luxo com que o EQE SUV se apresenta: a partir de 91.950 euros para a versão 350+, que sobe para mais de 103 mil euros no 500 4MATIC, antes das devidas personalizações.

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