Há pouco mais de uma dezena de anos, poucos vaticinavam a revolução por que a indústria automóvel iria atravessar, mesmo se as miras já estavam apontadas à electromobilidade.
O novíssimo BMW i Vision Dee revelado na madrugada desta quinta-feira no Consumer Electronics Show 2023 de Las Vegas é o mais recente exemplo.
O futurístico protótipo eléctrico apresenta-se com uma nova linguagem estilística marcada pela simplicidade mas é a palavra Dee que chama mais a atenção.
Sob essa designação Experiência Emocional Digital, a insígnia germânica quer criar um vínculo ainda mais forte entre as pessoas e os seus carros.
Autêntico laboratório tecnológico sobre rodas, exibe as evoluções tecnológicas que os futuros modelos da BMW irão integrar a partir de 2025.
Com um estilo deliberadamente minimalista, são as linhas limpas e fluidas do BMW i Vision Dee que chamam de imediato a atenção.
Não há uma única aresta ou elemento saliente, já que a berlina não tem retrovisores laterais, puxadores de portas ou mesmo aletas aerodinâmicas.
Nem sequer o logótipo se destaca nas suas linhas apuradas, ao ser gravado em baixo relevo na chapa.
A grelha à frente mantém o visual de "duplo rim" da marca, mas agora está esticado ao máximo até às faixas duplas que fazem a vez dos faróis.
E, para alegrar a disposição do condutor, é capaz de exibir várias expressões faciais que o transformam numa máquina viva.
A traseira prossegue essa filosofia estilística, bem definida por um pára-choques maciço.
O símbolo da BMW interrompe a faixa negra que integra os farolins, desenhados com duas linhas de cada lado.
Sem surpresa, o i Vision Dee está recheado de sensores e câmaras que facilitam a interacção com o condutor.
Ele é de imediato reconhecido assim que se aproxima do carro para as portas serem abertas.
Antes, no entanto, projecta nas janelas o avatar que o condutor criou, além de imagens ou mensagens próprias.
A berlina é também o segundo protótipo do construtor de Munique a incorporar o E Ink estreado no BMW iX Flow.
Esta tecnologia recorre à electroforese para activar milhões de microcápsulas de pigmentos para mudar a cor da carroçaria em poucos segundos.
E a oferta colorida é bem alargada: 32 cores distintas a cobrir os 240 segmentos que revestem o carro, podendo cada um deles ser individualmente activado.
Se o exterior já impressiona, o que dizer quando as portas do i Vision Dee são abertas?
Para começar, não há um único botão visível, nem sequer um painel de instrumentação ou um ecrã de infoentretenimento.
Tudo se resume a quatro bancos, um volante multifunções e um tabliê sem quaisquer elementos, como acontece nas portas.
E, no entanto, os comandos tácteis estão presentes mas apenas ficam visíveis quando se passa a mão sobre eles.
Nas portas surgem botões virtuais para abrir as janelas enquanto todos os dados e funções de condução são projectados a toda a largura sobre o pára-brisas.
O volume de informação no visor head-up é controlado através do Mixed Reality Slider oculto no tabliê.
Claro que esse acesso também pode ser feito através das placas laterais do volante, criando pontos de contacto que podem ser activados com o polegar.
Designados como phygital, controlam os conteúdos projectados no pára-brisas segundo o conceito "mãos no volante, olhos na estrada" da BMW.
"Com o BMW i Vision Dee, mostramos como o carro pode ser um companheiro fiável", assegura o responsável da divisão de design do grupo alemão.
Adrian van Hooydonk adianta mesmo que "o próprio veículo torna-se num portal para o mundo digital, sempre com condutor no controlo".
Sendo o futuro eléctrico, circular e digital, este trio irá configurar a próxima geração de carros do grupo alemão sobre a nova plataforma Neue Klasse.
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