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Mobilidade eléctrica: quais as melhores opções?

É um dos temas que mais interessa ao automobilista, agora que a oferta automóvel se alargou de forma substancial. Com o lançamento de novos modelos equipados com motorizações híbridas, híbridas plug-in e 100% eléctricas, há várias dúvidas sobre qual a melhor escolha.

Mesmo se o crescimento nas vendas se tem mantido algo lento em relação a estas viaturas, certo é que no primeiro semestre deste ano o mercado mundial assistiu a uma subida que quase chega a 60% em relação a 2018, segundo dados avançados pela Seat. 

Eléctrico sim, mas com que características?

Neste momento, o mercado tem já várias propostas que vão ao encontro das necessidades de mobilidade eléctrica dos automobilistas. 

As imposições europeias sobre os construtores têm subido de tom, ao ponto de, em 2025, as vendas de automóveis com zero emissões ou até 50 g/km terem de representar 20% do volume total, passando para 40% em 2030.

E ambas as datas estão mesmo ali ao virar da esquina, como sói dizer-se, criando várias dificuldades aos fabricantes tecnologicamente menos preparados.

Um automóvel equipado com uma motorização híbrida significa que está equipado com um motor principal de combustão, aliado a um propulsor eléctrico secundário.

A bateria eléctrica, neste caso, recarrega-se com o carro em movimento através da recuperação da energia gerada na redução da velocidade ou nas travagens.

O híbrido plug-in, por seu lado, combina um motor de combustão a um propulsor eléctrico que usa de forma prioritária. Significa que, para além das características de uma motorização híbrida, também permite que a bateria seja recarregada directamente através de uma tomada eléctrica.

Um carro equipado com um propulsor 100% eléctrico significa que toda a sua potência e autonomia lhes são dadas pela bateria. Este equipamento apenas pode ser recarregado através de uma ficha ligada à electricidade através dos equipamentos próprios. 

E onde se recarrega a bateria?

A questão sobre como se recarrega a bateria do automóvel eléctrico é de resposta simples. Qualquer utilizador pode instalar uma estação de recarga na garagem de casa ou do condomínio, caso viva num prédio, desde que instalado por técnicos habilitados para o efeito, e de acordo com a legislação em vigor.

Aliás, poder recarregar no domicílio, depois de usar o carro em modo eléctrico, é o principal trunfo destas motorizações, com as subsequentes poupanças que daí advêm. Aliás, ainda de acordo com os dados da Seat, cerca de 70% das recargas são feitas nessas condições.

Talvez de solução mais complicada seja a recarga em viagem; esta é, talvez, o calcanhar de Aquiles das motorizações eléctricas. É verdade que a rede de recarregamento eléctrico está a crescer a olhos vistos por toda a Europa, já com mais de 100 mil estações de serviço preparadas para fornecer esse serviço.

Até 2025, é objectivo da Comissão Europeia que esse número ultrapasse os 2 milhões, mas a verdade é que, neste momento, a oferta cinge-se, na larga maioria, aos grandes centros urbanos ou nas principais rotas rodoviárias. 

Fora deste campo, não é o deserto, mas o número de estações de serviço preparadas para fazer esses recarregamentos, cai de forma drástica. Atente-se no caso português, com toda a região interior desfalcada, reduzindo dessa forma a oferta disponível. 

Tempo de espera: um sofrimento!

É outra questão que não tem acompanhado o aumento das vendas de automóveis 100% eléctricos, em contraponto aos modelos híbridos ou híbridos plug-in, que podem prosseguir a viagem com o motor de combustão.

Se é verdade que a autonomia dos modelos utilitários aumentou de forma substancial – já se encontram diversos modelos com autonomias superiores a 300 quilómetros –, ainda há entraves complexos para recargas rápidas.

A implementação de postos de recarregamento ultra-rápidos já permite recarregar a bateria em menos de dez minutos, mas o seu número é ainda demasiado escasso para as necessidades da mobilidade 100% eléctrica.

Prevê-se que, já no próximo ano, o Velho Continente possua uma rede com mais de 400 estações de recargas rápidas, a 350 kW, a cada 120 quilómetros.

Fora dessa rede, as recargas rápidas admitem tempos de espera de 20 a 30 minutos para que a bateria seja recarregada a 80%. Quase que dá para tirar uma soneca enquanto se espera, principalmente se houver condutores à nossa frente e se os postos de recarregamento não estiverem avariados.

"Neste momento, está a ser desenvolvida uma gama de produtos que permitirá escolher a autonomia em função do uso previsto da viatura", explica Josep Bons, responsável da divisão de desenvolvimento eléctrico e electrónico do construtor espanhol. "Haverá, por isso, diferentes opções de capacidade da bateria para cobrir as necessidades de todo o tipo de utilizações."

De fora fica a questão do preço de uma tecnologia que, apesar dos apoios estatais e das próprias marcas, ainda está longe da carteira de muitos utilizadores.

Zero emissões é o objectivo

Todos os dias nos entram pela casa adentro, através da televisão, Internet ou rádio, as preocupações com as alterações climáticas de que o planeta está a ser alvo.

Os passos estratégicos dados pelas autoridades europeias para a descarbonização no sector automóvel são já mais do que visíveis, principalmente no agravamento fiscal sobre os modelos equipados com motores de combustão.

É considerado de zero emissões o funcionamento de uma viatura equipada com um propulsor 100% eléctrico. Em termos de sustentabilidade do ciclo de vida global de uma viatura com aquelas características, significa uma redução de 17% a 30% se se comparar com um veículo movido a gasolina ou a gasóleo.

Algo que já não está nas mãos do automobilista é a proveniência da electricidade para recarregar a bateria do automóvel eléctrico. "Se a bateria for recarregada com energia eléctrica obtida de forma sustentável, como a eólica ou solar", continua Josep Bons, "as emissões poluentes podem ser quase menos 90% do que as de um automóvel convencional em todo o seu ciclo de vida."

Para fomentar a circulação de veículos sem emissões locais, os Estados-membros da União Europeia têm em curso diversos incentivos.

Na Noruega, por exemplo, há uma redução directa de impostos na aquisição de uma viatura eléctrica. Em França, Alemanha, Espanha ou Portugal, também há incentivos à compra destes modelos.

A complementar essa oferta, em diversas cidades europeias são dados benefícios específicos. Estacionamento e portagens gratuitos, vias dedicadas de circulação e livre acesso dessas viaturas a zonas restringidas à circulação são algumas das vantagens.

Valor da compra ainda assusta

Os veículos eléctricos estão cada vez mais acessíveis, é um facto, mas o investimento necessário à sua compra é ainda demasiado elevado quando comparado com o mesmo modelo equipado com motor de combustão.

Felizmente, os construtores automóveis têm apostado os trunfos mais fortes no desenvolvimento tecnológico das motorizações eléctricas, contribuindo para a redução do preço das viaturas. Os custos das baterias, por exemplo, reduziram-se em cerca de 80% quando comparado com o que se passava há uma década.

Se a despesa com a factura da electricidade é sensivelmente inferior ao custo da gasolina ou gasóleo, também é verdade que há outras formas de poupança assinaláveis. 

O valor associado à manutenção da viatura pode chegar a ser menos um terço do custo de um veículo com propulsão convencional. E há sempre os incentivos públicos ou redução de impostos no momento da compra de um automóvel eléctrico novo.

O futuro eléctrico é já uma certeza, em jeito de conclusão, mas há ainda várias arestas a limar para tornar o produto atractivo e, principalmente, acessível à carteira de qualquer pessoa. 

Neste campo específico, acreditamos que muito há ainda a fazer!

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