O comunicado da primeira-ministra britânica Theresa May, feito na passada terça-feira, deixou a Europa em alvoroço. No seguimento da decisão do Reino Unido deixar a União Europeia May mostrou claramente a intenção de sair do mercado único. Os britânicos pretendem agora negociar um novo acordo de comércio livre mas que mantenha o país em "total liberdade".
"Nenhum acordo será melhor para o Reino Unido do que um mau acordo", defendeu Theresa May enquanto adjectivou o novo modelo de mercado como "abrangente e audaz".
Se esta decisão deixou toda a Europa em especulação, a indústria automóvel não foge à regra. Para o presidente da Sociedade de Fabricantes Automóveis do Reino Unido, Mike Hawes, a saída do mercado livre pode significar uma forte ameaça a toda a indústria automóvel britânica. O Reino Unido produziu no último ano mais de 1,6 milhões de carros, dos quais 1,25 milhões foram exportados. O receio de elevadas taxas no comércio com a restante Europa cresce, podendo chegar a um total de 4,5 mil milhões de libras (mais de 5 mil milhões de euros), o que significaria uma mudança radical nos preços dos veículos e em toda a indústria automóvel.
Marcas como a Aston Martin vieram em apoio de Theresa May acreditando que a
"primeira-ministra fará tudo para garantir que as companhias britânicas tenham um acesso justo ao mercado global, mantendo uma relação próxima com a União Europeia".