E se os semáforos fossem, afinal, uma fonte de perigo rodoviário?!

Por vezes colocam-nos questões que abanam o nosso mundo como sempre o conhecemos… E se os semáforos fossem, afinal, um foco potenciador de acidentes rodoviários nas cidades?! A questão começa a ser pertinente, pois há já estudos práticos que começam a sustentar esta teoria e, agora, a câmara de Paris votou favoravelmente o fim dos semáforos nalguns cruzamentos, a título experimental, em 2018.

A medida é defendida em nome da segurança rodoviária, mas também da economia e do ambiente e já está a ser testada em diversas cidades… com resultados positivos muito significativos! Segundo um estudo do MIT, o prestigiado Instituto do Massachussets, os semáforos tornam-se um foco de perigo por fazerem com que os condutores fiquem menos atentos aos peões, ciclistas e outros automobilistas. Está, aliás, provado que a luz amarela é, muitas vezes um sinal para acelerações bruscas, exageradas e perigosas para tentar passar antes do vermelho… o que nem sempre se consegue.

Segundo o estudo, os tradicionais sinais de trânsito de "Stop" ou de perda de prioridade, desde que bem colocados e visíveis, acabam por ser muito mais eficazes. No fundo, é como se passassem toda a responsabilidade do controlo da situação para o condutor, em vez de deixar uma parte "entregue" ao semáforo.

Na sequência deste estudo, a cidade de Filadélfia (Estados Unidos) substituiu os semáforos por sinais de perda de prioridade em 71 cruzamentos e o número de colisões baixou em 25%! Já em França outras cidades anteciparam a experiência, com Lyon, Bordéus e Abbeville a dispensarem os semáforos e a reportarem uma circulação mais fluída…

Um estudo publicado em França atribuiu aos semáforos o motivo de 10 mil acidentes por ano, com 1500 feridos e 150 mortos! As duas causas mais comuns apuradas é a total falta de atenção dos automobilistas aos peões e as acelerações bruscas de última hora só para passar o semáforo amarelo…

Obviamente que esta não é uma solução que se aplique em todas as situações, mas nos cruzamentos mais simples poderá, de facto, ser uma boa ideia. Até porque terá ainda vantagens em termos de economia de energia – os sinais de "Stop" ou perda de prioridade não consomem… – e de manutenção. E obrigará os condutores a terem muito mais cuidado sempre que entrem num cruzamento, pois não têm as luzinhas a audá-los…