As marcas automóveis advertem para a possibilidade de subida do preço dos carros novos já a partir de Setembro devido à entrada em vigor de um novo ciclo de medição das emissões poluentes. Este novo método, designado WLTP, deverá ter impacto no valor do imposto sobre veículos (ISV), que incide nas componentes de cilindrada e emissões de CO2, escreve o "Negócios".
Segundo o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal, Hélder Pedro, citado pelo DN esta segunda-feira, 28 de Maio, o agravamento nas emissões ligado às tabelas em vigor pode representar uma subida de "40% ou 50%" no valor do imposto a pagar, sobretudo nos segmentos mais altos. "Os aumentos médios dos preços dos carros deverão andar entre os dois mil e os três mil euros só por causa do imposto", contabilizou o responsável de comunicação da Nissan, António Pereira Joaquim, falando em "reflexos naturais" nas vendas e nas receitas fiscais.Este novo método pode interromper o ciclo de aumento das vendas de veículos ligeiros de passageiros em Portugal, que nos primeiros quatro meses deste ano voltaram a aumentar 7,6% face ao mesmo período do ano anterior, para um total de 5.960 unidades.
O Governo garante estar atento a esta questão, que poderá fazer com que os preços disparem em Setembro e depois sejam corrigidos apenas em Janeiro, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2019 e uma nova tabela de ISV ajustada ao novo ciclo de medição. É que a anterior data possível para alterações fiscais é a 1 de Julho e as Finanças admitem que a adaptação da legislação nacional aos novos critérios de medição não deve estar pronta até lá.
O mesmo jornal escreve ainda que, em caso de subida de preços e para manterem as vendas no mercado português, as marcas podem "matricular até 10% do volume de vendas do ano anterior (2017) ao abrigo de uma indicação de final de série com veículos produzidos antes de 1 de Junho de 2018", assinalando, porém, que essa seria sempre "uma solução bastante limitada" em termos de stock.