Mercedes-AMG GT Coupé 4 Portas: foguete familiar!

Há um ano que o esperávamos mas… comecemos por esclarecer uma dúvida que pairava desde a sua apresentação como "concept", neste mesmo placo de Genebra: o nome oficial do "foguete familiar" feito pelo "braço armado" da Mercedes é AMG GT Coupé 4 Portas. Pode ser pouco imaginativo mais vai directo ao ponto: vem da linhagem do apaixonante desportivo de dois lugares e pretende alargar a experiência dinâmica mas agora a cinco ocupantes e com espaço para bagagem, tendo ainda preocupações com um certo grau de conforto… Ambicioso, portanto!

E não se podia esperar menos de um carro feito apenas sob a chancela da AMG que vai ganhando liberdade para fazer os seus produtos fora da gama Mercedes, embora utilizando, naturalmente, bases mecânicas da casa-mãe. Esta é uma berlina que não deixa de dar ares do Mercedes CLS, era inevitável já que o conceito é o mesmo, mas é aqui muito mais encorpada, musculada, com destaque para a grelha Panamericana, as enormes entradas de ar, a asa traseira retráctil, comuns em todas as versões.

Porque o Mercedes-AMG GT Coupé 4 Portas chega com uma gama de três motorizações, sendo a mais soberba a do 63 S e a mais… surpreendente a do 53. Bem se falava que a AMG poderia enveredar pelas versões híbridas e ela aqui está: o Mercedes-AMG GT 53 deixa cair o V8 4.0 e, no seu lugar, recebe um seis cilindros em linha 3.0 turbo de "apenas" 435 cv e 520 Nm que recebe depois o auxílio do sistema eléctrico – o chamado EQ Boost que também funciona como motor de arranque/alternador – que contribui com mais 22 cv e 249 Nm. O poderio total representa, na prática, aceleração até aos 100 km/h em 4,5 s de uma berlina com cerca de duas toneladas e velocidade máxima de 285 km/h!

Obviamente que no topo da gama estão os dois motores V8 4.0 biturbo, nas versões 63 e 63 S. A primeira já debita impressionantes 585 cv e 800 Nm, levando o GT 4-Door Coupe até aos 100 km/h em 3,4 s e até aos 310 km/h. A versão S tem a potência elevada aos 639 cv e o binário aos 900 Nm, tirando 0,2 s no 0 a 100 km/h e somando mais 5 km/h à velocidade máxima.

Todas as versões têm tracção integral com o sistema 4Matic da Mercedes que consegue enviar instantaneamente o binário para onde ele faz mais falta. Mas só a versão mais potente tem um modo de condução "drift" em que a transmissão envia o binário para onde a condução se torna mais… divertida! As três versões têm também caixas automáticas de nove velocidades, embora com diferenças, já o menos potente 53 tem uma transmissão TCT mais convencional, enquanto os 63 recebem uma MCT que aguenta melhor os elevadíssimos valores de binário.

Como habitualmente, também estes modelos da AMG dispõem de diversos modos de condução, podendo chegar aos seis, nos modelos com maior nível de equipamento: piso escorregadio, Comfort, Sport, Sport+, Race e Individual. Modos selecionáveis no comando na consola central e ligado ao programa de condução AMG Dynamics que vai adaptando alguns parâmetros, como a resposta do motor ou a reacção de sistemas como a tracção integral ou o ESP.

E com todo este poderio mecânico… onde fica o "4 Portas"?! A primeira berlina feita pela AMG tem lotação para cinco ocupantes (mas há versão apenas de quatro) e um interior claramente em linha do dos produtos mais recentes da Mercedes, inclusive no "design" das agora características saídas da ventilação em forma de turbinas. A caixa pode ser mandada a partir de patilhas por trás do volante e nos lugares da frente há dois bancos desportivos que mais parecem "bacquets" de competição!

O lado familiar deste automóvel vem ao de cima quando nos aproximamos da traseira e percebemos que se trata, afinal, de um "hatchback", com quinta porta a dar acesso a uma razoável bagageira – 395 litros, mais 60 sob o piso da mala – e que até pode chegar a generosos 1324 litros pelos rebatimentos dos encostos dos bancos traseiros, na proporção 60:40. Afinal, o "foguete de Affalterbach" também tem um lado funcional! O Mercedes-AMG GT Coupé 4 Portas estará disponível em Portugal no próximo Verão.