A McLaren Automotive continua a sua senda ambiciosa de se tornar numa "sombra" da Ferrari enquanto construtor de automóveis superdesportivos de grande prestígio, igualmente ancorada numa imagem vitoriosa ganha nas pistas de Fórmula 1. E, pela primeira vez desde que se relançou na construção de veículos de estrada, em 2011, substitui um modelo: o 720S anuncia-se maior, mais aerodinâmico, eficaz e rápido que o 650S que era, no fundo, o original 12C rebaptizado.
Para acompanhar o lançamento, faz-se acompanhar com um vídeo fantástico, rodado no autódromo de Portimão, com Bruno Senna ao volante. No espectacular traçado algarvio, o 720S rodou e… "driftou" sobre mensagens inesquecíveis do mítico Ayrton Senna, tio do condutor do novo McLaren. Só o vídeo (ver abaixo) já nos deixa… com pele de galinha!
McLaren excedeu-se com o 720S que filmou… em Portimão
Mas não é menos impressionante saber como concebeu a McLaren o seu 720S, como sempre nos seus automóveis de estrada – tal como nos F1, desde 1981 – inteiramente construído em fibra de carbono. Técnica que a marca domina como nenhuma outra, não só pela experiência na F1, mas também por a ter aplicado naquele que ainda hoje é considerado como um dos melhores superdesportivos de sempre, o McLaren F1.
Antes de entrar em detalhes técnicos, convém aqui aclarar a ambição que representa este 720S que é apenas o primeiro de 15 novos modelos que a McLaren promete até 2022 ("Track 22" chama-se o plano), metade dos quais com motorização híbrida. E pertence à gama Super Series, a família média da McLaren (entre a Sports Series e a Ultimate Series).
"É o coração do negócio da McLaren e personifica a mistura da ‘performance’ extrema, do luxo artesanal e da capacidade de pilotagem sem paralelo", define Mike Flewitt, presidente da McLaren Automotive, empresa à parte do McLaren Technologies Group que inclui a equipa de F1.
"Esta é a primeira vez que substituímos uma família de produtos e o novo 720S faz jus ao espírito pioneiro da McLaren de conseguir avanços revolucionários, tanto para a nossa marca como para o segmento dos superdesportivos", completou Flewitt na apresentação do novo modelo que se destaca pela sua estética ainda mais apurada que a do 650S, conseguindo manter um ar de família, mas arriscando em linhas mais angulosas e com uma traseira a fazer lembrar o hiperdesportivo híbrido P1.
Tudo foi refeito, inclusive o motor V8 biturbo que viu a sua cilindrada aumentada de 3,8 para 4 litros, com a potência a atingir agora os 720 cv (tal como a designação do carro deixava antever) e 770 Nm. Diz a McLaren que 41% dos seus componentes são novos, nomeadamente os turbocompressores "twin scroll" e vários elementos em ligas leves. Valores que já embaraçam o…
Lamborghini Huracán Performante, hoje apresentado ali ao lado…
Poderio mecânico mais que suficiente para prestações explosivas, até porque o peso do 720S se fica pelos 1283 kg (abaixo do "Lambo"…), numa fantástica relação peso potência de 1,78 kg/cv! Vamos, então, a um desfile de números alucinantes: 341 km/h de velocidade máxima; 0-100 km/h em 2,9 s; 0-200 km/h em 7,8 s; 0-300 km/h em 21,4 s! Mas também a travagem desde os 200 km/h até parar, em apenas 4,6 s e em 117 metros ou em escassos 29,7 m desde os 100 km/h.
A arte da McLaren vê-se ainda na forma como consegue tornar um superdesportivo de excepção num automóvel… prático. Com um bom acesso ao habitáculo pelas grandes portas chamadas "em asa de borboleta" que se elevam, mas também com… muito espaço para bagagens! Sim, isso mesmo, um total de 360 litros, divididos por 150 litros à frente e 210 litros atrás dos bancos, já são suficientes para umas férias a dois. E tem ainda detalhes deliciosos como uma sequência de boas-vindas quando o condutor se aproxima, abrindo os retrovisores, ligando piscas e luzes e iluminando o compartimento do motor!
Quando chega a altura de acelerar, o McLaren 720S tem um chassis ultracompetente mas não facilita em nada, mantendo uma série de controlos electrónicos para aumentar a sua eficácia, com um sistema Proactive Chassis Control II reprogramado ou um sistema de controlo variável de… "drift", além de travões carbocerâmicos ou os amortecedores magnéticos que dispensam as barras estabilizadoras.
Mais uma obra de arte vinda da McLaren Automotive para ficar na rica história dos superdesportivos que vale a pena admirar nas fotos e no vídeo que apresentamos!