Um carro algo estranho tem sido vistos nestes últimos dias por diversas zonas de Lisboa, em sessões fotográficas, preparando o seu próximo lançamento comercial… na China. Mas a que se seguirá uma entrada também no mercado germânico, cuja data deverá ser anunciada no salão de Genebra. É um SUV com cerca de 4,8 m de comprimento (maior que um Audi Q5) e chama-se Borgward BX5.
Foi avistado tanto na zona do Parque das Nações como próximo das Docas de Alcântara, frente ao centro de congressos da antiga FIL, mas ainda era uma versão com motor a combustão. Ou seja, variante para vender na China e noutros mercados fora da Europa, devendo a produção arrancar este mês. Portugal foi escolhido para cenário das imagens oficiais de lançamento de um carro que, dentro de dois anos, poderá vir a dar brado na Europa.
Porque se, de momento, o Borgward BX5 vai ser lançado no mercado chinês com motor 1.8 Turbo de 190 cv e uma versão híbrida que junta motor 1.4 Turbo de 143 cv a motor eléctrico de 117 cv, o futuro europeu passa por variante eléctrica. É a data do lançamento desse Borgward BX5 eléctrico na Alemanha que deverá ser revelada agora, no salão de Genebra, mas aponta-se para 2019… e a um preço bastante mais baixo que os modelos equivalentes que Mercedes (EQ) e VW querem comercializar.
Este é o renascimento de uma marca que dirá algo a pessoas já bem acima dos 50 anos, em especial na Alemanha. A Borgward foi fundada em 1929 por Carl F.W. Borgward e fabricou automóveis até 1961, tendo obtido o seu maior sucesso com o Isabella, fabricado entre 1954 e 1960, em versões berlina, carrinha, coupé e cabrio! A falência da marca foi envolta nalguma polémica e até em certas teorias da conspiração (nunca provadas!), como tendo sido um "sacrifício necessário" para a sobrevivência de uma BMW em dificuldades.
Isso foi apenas uma versão amargurada de Borgward que nunca foi clarificada, mas o estranho do processo é que, depois da liquidação da marca, ainda sobraram 4,5 milhões de marcos alemães… O que significa que a situação económica não seria tão desesperada quanto se dizia…
Em 2008, o neto do fundador, Christian Borgward, decidiu recuperar a marca criada pelo avô, refundando-a na Suíça. Rodeou-se de alguns nomes com grande experiência na indústria e foi encontrar o financiamento necessário na Foton, gigante fabricante de camiões chinesa. Ou seja, a nova Borgward é a marca original mas com controlo financeiro chinês, construindo os seus dois primeiros modelos – dois SUV, o maior BX7 já à venda na China, o menor BX5 em fase de lançamento – na China.
Está, no entanto, prevista a abertura de uma fábrica europeia em Bremen, o berço da Borgward. Os planos passam por o início da produção na Europa arrancar também em 2019, podendo até ser estendida à montagem do SUV maior, o BX7, que viria em peças desde a China. Mas que garantiria, assim, o selo de "made in Germany"…