Foi na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de que é parceira, que a Nissan exibiu a sua mais recente invenção com que pretende passar a mensagem que os automóveis eléctricos vão muito além de veículos ecologicamente correctos e podem também ser divertidos e até desportivos! Com o BladeGlider, a Nissan antecipa um novo conceito de automóvel e do que será um desportivo eléctrico.

No Rio de Janeiro a marca nipónica terá, nas próximas duas semanas, duas unidades deste seu invulgar protótipo, uma das quais totalmente funcional para ser experimentado (ao lado…) por elementos dos "media" e convidados especiais. Por momentos, o tema da poluição será posto de lado nas ruas cariocas, a bordo deste protótipo da Nissan que não é mais que a concretização do BladeGlider Concept apresentado no salão de Tóquio de 2013. Então apenas como exercício de estilo.

Quem olhe para este BladeGlider, com a sua frente bem mais estreita que a traseira, nomeadamente com as rodas dianteiras mais próximas que as de trás, ligará a sua "paternidade" ao inovador protótipo DeltaWing com que a Nissan espantou o Mundo, ao alinhar nas 24 Horas de Le Mans de 2012, com andamento muito interessante (ver foto). Aqui é uma versão mais… civilizada, que conta com três lugares, ficando o condutor ao meio.

No entanto, as intenções de oferecer uma condução apaixonante e prestações desportivas estão lá todas. A ideia é que este BladeGlider seja um "manifesto" para explicar que os automóveis eléctricos também podem ser divertidos, começando pelas características dos seus motores, a oferecerem toda a potência assim que se toca no acelerador.

E no caso deste Nissan, estamos a falar de dois motores de 130 kW, um por cada roda traseira, num poderio total equivalente a 268 cv e um binário de 707 Nm, brutal! São alimentados por uma bateria de 220 kW, responsável pelo aumento do peso do BladeGlider para os 1300 kg. Apesar disso, a aceleração até aos 100 km/h faz-se em menos de 5 s e a velocidade máxima fica na casa dos 190 km/h!

E o sistema de vectorização de binário – controla a potência que é enviada para cada roda, para que o carro de tracção traseira não se atravesse nas curvas – pode ser regulado em três modos diferentes, incluindo um de… "drift", precisamente aquelas bonitas derrapagens controladas que gostamos de ver nos filmes! O interior é também muito desportivo, como se vê pelo volante e os bancos, com cintos de quatro apoios.

Para a construção do protótipo rolante do BladeGlider, a Nissan recorreu a uma parceria com a Williams Advanced Engineering – o "braço" mais lucrativo do grupo Williams de que também faz parte a equipa de Fórmula 1 – que desenvolveu a aerodinâmica no seu túnel de vento, além de ser especializada em grupos propulsores eléctricos. A Williams contribuiu ainda para a afinação dinâmica do comportamento deste carro de geometria algo invulgar.

A Nissan continua a sua estratégia de apostar decididamente num futuro em que todos rolaremos em veículos de emissões zero. E sabe que, para nos convencer a todos, tem de entrar também pelo lado da paixão. Com os BladeGlider… a sedução começa a funcionar!