A Renault e a Nissan abandonaram a intenção de avançarem para uma fusão entre ambas, optando antes pelo reforço de uma parceria que ficou fracturada desde a fuga do ex-presidente do construtor japonês, Carlos Ghosn, à justiça nipónica.
Esta quarta-feira, os dois grupos automóveis, acompanhados pela Mitsubishi, anunciaram um conjunto de novas orientações estratégicas inseridas na Aliança.
O novel modelo de negócios envolve níveis superiores de partilha de plataformas, tecnologia e produção automóvel. Desenvolvido segundo a máxima ‘leader-follower’, o sistema visa maximizar a competitividade e rentabilidade dos três grupos.
Serão assim centralizadas decisões em áreas como as compras comuns, as posições de liderança e a implantação geográfica, para melhor enfrentar as consequências económicas que a crise pandémica do Codi-19 desencadeou em todo o planeta.
A implementação do sistema ‘leader-follower’ pretende reforçar a estratégia de padronização no seio da Aliança.
Para cada segmento automóvel, será determinado um modelo "mãe", desenvolvido pela empresa líder, e os modelos "irmãos" ("followers") com o apoio das equipas das firmas seguidoras.
O sistema, que já está implementado na área dos veículos comerciais ligeiros, pretende assegurar que os modelos líderes e seguidores dos três grupos automóveis serão produzidos de forma competitiva.
Sob a nova Aliança, a Renault tornar-se-á a marca líder na Europa, liderando o desenvolvimento do SUV da próxima geração para o segmento B.
A Nissan, seleccionada para liderar no Japão, América do Norte e China, irá desenvolver, até 2025, a próxima geração do SUV para o segmento C, tomando como base o Qashqai.
O plano "leader-follower" irá também estender-se a todas as tecnologias-chave, para além das plataformas e motores automóveis.
Com o reforço parceria agora anunciado por Jean-Dominique Senard, presidente da Aliança, é objectivo cortar até 40% o custo no desenvolvimento de novos modelos automóveis.
"Vamos concentrar-nos na eficiência e na competitividade, e não no volume", explicou Senard. "A nova estrutura permitirá que cada membro da Aliança afine as suas principais capacidades e beneficie das valências de outras empresas".
E, para que não fiquem dúvidas sobre quem manda em quem, o presidente da Aliança sublinha que "o modelo não é sobre um líder contra o outro, mas antes cada empresa da parceria tornar-se um líder na indústria automotiva".