Peugeot com mais de 100 anos custou… 6,17 milhões de euros!

Há muito quem pense que as 500 Milhas de Indianápolis é corrida "lá para os americanos", mas a verdade é que, no início da sua história – a primeira edição data de 1911 –, os construtores europeus estiveram presentes em força. E com destaque para… a Peugeot que obteve três vitórias, em 1913, 1916 e 1919!

Foi precisamente um dos carros que participou na edição das 500 Milhas de 1916 – que ficou na história por ser a única… apenas com 300 milhas! – que se tornou, recentemente, no Peugeot mais caro de sempre, ao ser arrematado por um anónimo, num leilão da Bonhams, pela módica quantia de 7,26 milhões de dólares, qualquer coisa como 6,17 milhões de euros! Como se vê não são só os Bugatti ou os Ferrari mais raros que atingem estas verbas astronómicas…

Foi num leilão em Los Angeles (Califórnia, Estados Unidos) que este Peugeot L45 Grand Prix, com o chassis n.º 1 e o motor n.º 1, foi vendido, batendo todos os valores esperados! Tinha sido comprado, em 1949, por um produtor de laranjas do vale de San Fernando, na Califórnia, pelo equivalente, em valores de hoje, a dois mil euros…

De início julgou-se que se tratava do carro com que o italiano naturalizado britânico, Dario Resta, tinha ganho a edição de 1916 das 500 Milhas de Indianápolis. Mas, depois de exaustivamente analisado o carro, chegou-se à conclusão de que este exemplar fora guiado por Ralph Mulford, tendo terminado na 3.ª posição aquela mesma prova. Atravessava-se a fase em que os Peugeot dominavam, embora já entregues a estruturas norte-americanas, pois na Europa viviam-se já os dias negros do início da I Guerra Mundial.

Este L45 Grand Prix ainda alinhou com o motor de três litros, mas seria rapidamente "reforçado" com um quatro cilindros de 4,5 litros com dupla árvore de cames à cabeça e quatro válvulas por cilindro, debitando 112 cv às 2800 rpm. E contava já com travões de tambor às quatro rodas.

Em 1916 a Peugeot conquistou a sua segunda vitória em Indianápolis, depois da de Jules Roux, em 1913. E onde "deixou", assim "pegou", quando a competição foi retomada, em 1919, já depois da Guerra, com Howdy Wilcox a voltar a impor um Peugeot. Seria o último sucesso da marca francesa na mais célebre pista oval do mundo!

Apesar de não se saber quem foi o comprador que dispensou cerca de 6,17 milhões de euros por este Peugeot L45 Grand Prix, o Museu da Aventura Peugeot, em Sochaux (berço da marca) já lançou um apelo ao novo proprietário para que permita expô-lo durante alguns dias naquele espaço dedicado à história da marca do leão!