O secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, anunciou esta quarta-feira que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto vão reforçar a oferta de transporte público com a contratação de operadores rodoviários privados, designadamente de turismo, que neste momento estão parados, em contratos no valor de 1,5 milhões de euros com a duração de três meses.
O reforço será feito na operação da STCP, da linha de Sintra da CP, na Fertagis e na Metro Sul do Tejo, identificadas pelas duas regiões como as mais necessitadas.
Eduardo Pinheiro adiantou que, no Porto, a procura da STCP era em setembro de 69% do período homólogo de 2019 e no metro de 60%, lembrando que as quebras chegaram a ser de 85%.
"O aumento tem sido considerável com retoma da atividade sobretudo nas horas de ponta, e verifica-se na STCP, nalguns períodos da manhã mas também da tarde, ocupações muito próximas do limite de dois terços", explicou.
Desta forma, será dada resposta a um total de 17 linhas da STCP "com maior intensidade de ocupação", em seis municípios da AMP - Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Gaia - , que permitirá também, frisou, "aliviar a pressão no metro do Porto".
Em Lisboa, disse ainda, a procura no metro era em setembro de 48% face ao mesmo mês de 2019, na Transtejo de 61%, na CP de 60%, na Fertagus de 63% e no Metro Sul do Tejo (MST) de 66%.
Nesta região, a maior pressão foi identificada na linha de Sintra, da CP, entre Cacém/Amadora e Pontinha/Sete Rios/Entrecampos, mas também na Fertagus, entre as estações do Pragal e Lisboa e no MST entre Corroios e Cacilhas.
Através de um despacho conjunto do Governo, serão agora concretizados os contratos com as duas AM, que "depois terão a capacidade para definir o que é preciso reforçar", disse ainda Eduardo Pinheiro.
Reforço pode durar até 6 meses
Na cerimónia de apresentação das medidas para o aumento da oferta, o ministro do Ambiente e da Ação Climática salientou que ao longo da próxima semana já seja possível fazer este reforço.
João Pedro Matos Fernandes adiantou que o pacote financeiro para os contratos com os operadores privados permitirá que esse reforço seja feito durante três meses, mas que pode chegar aos seis meses. "Falaremos nessa altura", frisou.
O governante voltou a assegurar que a utilização dos transportes públicos é segura, com o uso da máscara e o cumprimento de regras de etiqueta respiratória. Reconheceu que "existem estrangulamentos nalgumas horas do dia", que são "fundamentais suprir para as pessoas terem a certeza que é seguro" e não deixem de usar os transportes coletivos porque "o futuro da mobilidade não pode ser o transporte individual".
Matos Fernandes disse que nas empresas públicas a oferta está hoje a 100% e não há neste momento capacidade para mais, estando a procura, em média, nos 60%, "inferior aos dois terços do limite da lotação".
Autor: "Negócios"