A Mercedes afirmou a sua
aposta na motorização eléctrica durante o Salão Automóvel de Paris, onde aderiu à revolução que muitos construtores apontam para 2020. Mas, como todos sabem, se a electrificação é um caminho para a redução da emissão de poluentes, não é uma solução capaz de manter o planeta a andar sobre rodas. Por isso, os alemães projectaram, desenvolveram e estão prestes a apresentar uma nova família de motores a gasolina e diesel.
NOVA TECNOLOGIA. Este projecto tem como base ideias como o espaçamento entre os cilindros e a sua cilindrada unitária. Os 90 milímetros entre cada cilindro e uma cilindrada unitária de 500 cc permitiu criar uma família modular capaz de crescer em cilindrada de acordo com o número de cilindros de cada bloco que for adoptado.
Podemos ter uma gama de seis cilindros em linha a gasolina ou diesel, o mesmo acontecendo com os motores de quatro cilindros e até um V8 (dois blocos de quatro cilindros). Qualquer uma destas opções será coadjuvada pela sobrealimentação turbo.
JÁ AO SERVIÇO. A nova família de motores vai ser apresentada de forma progressiva, mas já há exemplos capazes de validar a proposta. Basta olhar para o novo bloco de quatro cilindros turbodiesel de 2.0 litros de cilindrada que substituiu o "eterno" 2.1, "cansado" de anos dos bons serviços que continua a prestar em vários modelos da gama Mercedes, mas também o novíssimo 4.0 V8 que vai equipar
o novo AMG E 63 4Matic+, que oferece uns impressionantes 610 cv de potência e permite desactivar quatro dos oito cilindros, numa utilização a baixo regime, para reduzir os consumos.
"AJUDAS ELÉCTRICAS". Em 2017, a renovação passa pela apresentação de um bloco de seis cilindros em linha, projectado para a "electrificação", que poderá garantir 408 cv de potência e 500 Nm de binário, com uma redução de 15% nas emissões poluentes. Para chegar a estes números, foi adoptado um compressor eléctrico capaz de reduzir o tempo de resposta nas reacelerações, um motor de arranque e alternador integrados sob a forma de um sistema alimentado por uma carga de 48v, colocada entre o motor e a transmissão, com capacidade para recuperar até 80% da energia das travagens, normalmente perdida em forma de calor. Esta solução também faz a diferença nos novos blocos de quatro cilindros.
DIESEL. O novo bloco diesel de 3.0 litros com seis cilindros em linha com 313 cv (258 cv no V6 actual) e 650 Nm de binário foi construído em alumínio e conta com pistões em aço com um revestimento Nanoslide para reduzir o atrito, que permitem reduzir os consumos em 7%, ao mesmo tempo que a redefinição do sistema de escape reduz as emissões.