Mercedes vai deixar morrer o Diesel e antecipa futuro eléctrico em três anos

A Mercedes acelerou fortemente o seu esforço para a comercialização de uma gama de dez modelos totalmente eléctricos, sob a submarca EQ, antecipando em três anos o prazo para a ter no mercado na sua totalidade. Ao mesmo tempo, ligou esse "forcing" na electrificação dos seus automóveis a um progressivo abandono que soa mesmo a "morte anunciada" dos motores Diesel!

Esta foi a maior novidade da assembleia anual de accionistas da Daimler, a empresa-mãe da Mercedes-Benz, em que foi anunciado que os dez automóveis eléctricos anunciados no último salão de Paris, em finais de Setembro do ano passado, chegarão ao mercado até 2022 e não até 2025 como então tinha sido prometido! Na altura, a explicação da estratégia eléctrica da Mercedes tinha sido acompanhada com a revelação do "concept" que antecipará o primeiro modelo da EQ, um SUV compacto. Mas espera-se que aquela dezena de modelos compreenda SUV’s, berlinas e compactos de dois volumes.

Esta aparente pressa súbita em acelerar o programa dos veículos eléctricos está intimamente ligada com as regulamentações antipoluição cada vez mais apertadas e, sobretudo, com a fiscalização mais atenta depois dos recentes escândalos que começaram com a Volkswagen mas que têm "respingado" um pouco várias marcas… Segundo a Daimler, os motores a combustão continuarão e ser optimizados durante "um período de transição" o que, por si só, parece ser uma declaração significativa quanto ao futuro limitado dos propulsores Diesel ou a gasolina…

"Queremos estar na liderança da profunda transformação por que vai passar a indústria automóvel", anunciou Manfred Bischoff, presidente da Daimler que garantiu: "Haverá ainda outras alterações fundamentais para que a Daimler se mantenha no caminho do sucesso", referindo-se não só à electrificação dos automóveis mas também à condução autónoma.

A Daimler tem passado uma fase difícil para conseguir manter a média de emissões de CO2 da sua gama dentro dos limites da regulamentação europeia (123 g/km) e terá de as reduzir muito, até aos 100 g/km em 2021 se quiser evitar pesadas multas! Daí este esforço para antecipar o lançamento dos modelos eléctricos, a partir de 2019, já que as suas emissões zero farão baixar muito a média geral da sua gama.

Ao mesmo tempo, tem-se notado uma quebra na actividade de pesquisa e desenvolvimento no campo dos motores Diesel que deverão ser os primeiros a morrer "às mãos" dos motores eléctricos. A causa será a impossibilidade de cumprirem os limites cada vez mais restritivos das emissões de óxidos de azoto sem recurso a técnicas que os tornarão demasiado caros… Por tudo isto, a Mercedes acelerou o "futuro eléctrico" e… o "passado Diesel"!