E, de repente, uma enorme agitação tomou conta da indústria automóvel, com a bombástica notícia de que a Apple se preparava para comprar a McLaren! A empresa da maçã, que anda há anos a tentar estabelecer um projecto automóvel, avançava para a compra de um grupo que é um centro de tecnologia de ponta, um construtor de superdesportivos e ainda uma equipa de Fórmula 1.
As fontes eram bastante credíveis, com "Financial Times" e a agência "Bloomberg" a citarem três pessoas que teriam estado envolvidas nas negociações que já duravam há alguns meses. As hipóteses apontavam para um fortíssimo investimento da Apple na McLaren ou, em última instância, para a compra pura e simples… A McLaren estaria avaliada entre 1,2 e 1,7 mil milhões de euros!
Com o passar das horas, a situação foi-se esclarecendo, começando logo… com um desmentido formal da McLaren em relação ao negócio que não quanto às conversas com a Apple:
"Podemos confirmar que a McLaren não está em conversações com a Apple com respeito a nenhum investimento potencial", declarou um porta-voz da empresa britânica liderada por Ron Dennis.
"Como é de esperar, pela natureza destas marcas, é natural que tenhamos regularmente conversações confidenciais com diversas empresas, mas mantemo-las sempre confidenciais".
Mais tarde, contudo, fez-se ainda mais luz sobre os detalhes que levaram à notícia que agitou o meio automobilístico e industrial. Primeiro, tudo indica que a Apple terá falado, de facto, com um dos accionistas minoritários da McLaren. Depois, o que parece interessar mesmo à Apple é um dos "braços" do grupo McLaren, mais concretamente a McLaren Applied Technologies, pelos conhecimentos que tem na construção em alumínio e fibra de carbono.
Desde a primeira hora que a notícia do interesse da Apple na McLaren deixou os analistas algo baralhados. Porque não havia nada na empresa inglesa que fosse uma mais-valia decisiva para o falado projecto de automóvel autónomo da marca da maçã que justificasse um investimento daquela dimensão… Em especial numa fase em que a
Apple fez uma espécie de "reset" naquele que é internamente conhecido como o "projecto Titan", para a construção de um carro eléctrico e autónomo –
tendo até dispensado dezenas de pessoas –, podendo recomeçá-lo quase do início.
De qualquer forma, como este meio já nos habituou às mais inacreditáveis surpresas, será assunto para continuarmos a seguir de perto.
