Lamborghini Urus feito para… "surfar" nas dunas!

Há muito que deixou de ser segredo que a Lamborghini vai mesmo concretizar o protótipo apresentado há já quatro anos, lançando-se também ela no florescente mercado dos SUV. O Urus fez furor quando apareceu e, até prova em contrário, é até muito provável que o modelo de produção mantenha o nome do "concept" que deu origem a uma enorme onda de entusiasmo. Sempre surpreendente, quando se trata de uma marca de superdesportivos.

E à medida que nos vamos aproximando da produção do SUV da Lamborghini, vão sendo revelados alguns detalhes, até pelos principais responsáveis da marca. Por exemplo, o próprio presidente, Stefano Domenicalli, já fala abertamente no futuro modelo, assegurando que, apesar do maior arcaboiço e altura, não deixará de respeitar o "código genético" da marca de Sant’Agata Bollognese.

"Claro que será um puro Lamborghini!", asseverou Domenicalli. "Essa foi a nossa mais importante discussão e é um carro fabuloso. Tudo foi muito debatido e a resposta que a administração da marca sempre deu foi que o carro teria de ser sentido como um verdadeiro Lamborghini. Se fosse possível guiar o carro de olhos fechados, sem ver rigorosamente nada, saberia estar a bordo de um Lamborghini!".

Mas isso era coisa que a experiência passada da Lamborghini no "off-road" – com os mastodôntico LM002 dos anos 70 – não era! É verdade que passava por cima de toda a folha, mas não tinha a sensação de supercarro que é exigível a um Lamborghini actual. É esse difícil compromisso que os técnicos buscam actualmente e a opção por um motor turbo já foi tomada.

Maurizio Reggiani, responsável pela pesquisa e desenvolvimento da marca, já explicou porquê: "Num SUV temos de ter um nível de binário a baixos regimes que só os modernos motores turbo nos conseguem oferecer. Por outras palavras, se quiser… ‘surfar’ nas dunas, sem um turbo não consegue ter binário suficiente para sair da duna". Ou seja, o Lamborghini Urus está a ser desenvolvido para proporcionar experiências radicais fora de estrada, como são exigidas num dos seus mercados-alvo, os países do Médio Oriente…

Outra opção, derivada das escolhas feitas para o motor, é a adopção de um conversor de binário e Maurizio Reggiani explica porquê: "O binário de que vamos necessitar será tão elevado que não há qualquer dupla embraiagem que aguente… Por isso teremos de usar um conversor de binário, para podermos ter os melhores valores possíveis tanto a nível de binário como de potência".

Porque, como de costume, a Lamborghini não faz as coisas por menos: o Urus pretende ser o SUV mais rápido à face do Planeta, recorrendo para isso a um V8 de quatro litros, com sobrealimentação por turbocompressor. E a um peso certamente bastante mais contido que concorrentes como o enorme Bentley Bentayga ou o SUV que também a Rolls-Royce está a desenvolver…