A palavra "pretertipos" diz-lhe alguma coisa?... Não, não é uma gralha na palavra protótipos, embora faça parte do processo de criação automóvel e esteja "a montante" daqueles "show car" que brilham nos salões automóvel e nos fazem sonhar. Os "pretertipos" foi algo que a BMW – assumidamente, mas seguramente também outras marcas – passou a usar para simplificar as tomadas de decisão, em relação a novos caminhos, não só a nível do "design" mas até de novos conceitos.
Por vezes não passam de construções em papel ou até de esboços, chegam mesmo a ser formas que nem foram patenteadas, mas que são colocadas à apreciação daquilo a que se costuma chamar "grupos de foco". Ou seja, um grupo de pessoas escolhido pela marca para dar a sua opinião para que os seus responsáveis percebam se vale ou não a pena manter-se naquela direcção.
Com os "pretertipos" há duas grandes vantagens, a da maior rapidez em ter algo para mostrar e não ser necessário construir uma maqueta real que seria bastante mais cara. Um dos exemplos foi uma ideia para um pequeno atrelado para automóveis eléctricos que transportaria mais baterias, aumentando assim a autonomia. A história foi contada pelo "Automotive News" que cita Rainer Daude, responsável da marca para as tecnologias do futuro:
"Os asiáticos foram mais diplomáticos, os europeus mais directos, mas a resposta foi a mesma: ninguém gostou daquilo!".
Assim e graças ao "pretertipo" daquele conceito, sem grandes despesas nem muitas horas de trabalho na construção de um protótipo, a BMW afastou-se de um caminho que, pelo menos para já, não teria grande futuro. A marca de Munique está a usar recorrentemente este método de trabalho no desenvolvimento dos seus futuros modelos eléctricos, tendo até uma espécie de "cockpit", o i Inside Future, onde tudo pode ser estudado e simulado.
Outro exemplo em que foi utilizada a técnica do "pretertipo" foi no conceito recentemente revelado pela BMW de uma estrada sobrelevada por onde apenas circulariam veículos eléctricos de duas rodas. Chamou-lhe Vision E3 Way, nasceu no seu gabinete tecnológico de Xangai e é, basicamente, uma rede de estradas elevadas que ligam grandes parques de estacionamento, centrais de transportes e centros comerciais, sendo reservadas a veículos de duas rodas, eléctricos e com velocidade limitada a 25 km/h.
Além de visões de futuro mais ou menos longínquo, a técnica do "pretertipo" tem sido usada, mesmo que internamente, na primeira abordagem a protótipos como o da "scooter" futurista Concept Link ou o mais recene
i Vision Dynamics, a berlina eléctrica equivalente a um Série 4 Grand Coupé.