Já passou quase ano e meio desde que Joshua Brown se tornou na primeira vítima mortal dentro de um carro com sistema de condução autónoma ligado. Em Maio de 2016, Joshua estava na autoestrada, na Florida, com o seu Tesla Model S em ‘Autopilot’, que assumiu o controlo do volante e da velocidade.
O acidente ocorreu quando um pesado com atrelado invadiu a via onde seguia o Tesla. O sistema do carro não reconheceu o veículo à sua frente e levou-o a colidir com a lateral do atrelado, causando morte imediata a Joshua.
Desde este episódio que a Tesla tem melhorado o Autopilot que controlava o modelo envolvido no acidente. Em Janeiro, a administração das autoestradas norte-americanas, que representa o governo do país para analisar a segurança dos veículos, concluiu que, a partir do momento em que o condutor é obrigado a supervisionar o sistema de condução autónoma, o acidente teria sido causado por culpa humana e não pela tecnologia da fabricante do automóvel.
Várias marcas apostaram desde então em sistemas idênticos ao software do Autopilot, que pretende ajudar os condutores na condução em autoestrada e aumentar a segurança.
Mas um novo ponto foi agora acrescentado ao caso. Esta semana, a National Transportation Safety Board (NTSB) - uma organização federal independente que investiga acidentes com aviões, comboios e automóveis - chegou a uma conclusão diferente. Apesar de Joshua ter ou não ignorado os avisos da marca e do carro - que o alertou sete vezes para colocar as mãos no volante - esta organização defende que a Tesla não deveria colocar no mercado um sistema que não apresente solução para uma eventual falha humana nestes casos.
"A colisão fatal deve-se aos efeitos combinados de uma falha humana e de um sistema insuficiente no controlo da viatura", afirmou Robert Sumwalt, director da NTSB, que defendeu ainda que o sistema deveria assumir o controlo total do carro no caso de o condutor não responder e tomar as devidas medidas de segurança. O relatório desta organização é o mais detalhado de sempre sobre a Tesla e que pode ter novas consequências sobre os sistemas de condução autónoma apresentados por outras marcas.