Um tribunal federal vai decidir na próxima quinta-feira se as cidades alemãs podem proibir a circulação de veículos com motores diesel. Estudos realizados depois de o Grupo VW ter admitido a falsificação dos valores das emissões de poluentes, mostram que em Estugarda (a capital da indústria automóvel germânica) e em Dusseldorf os níveis de partículas no ar ultrapassam os limites impostos pela União Europeia.
Estima-se que só, na Alemanha, circulem 15 milhões de veículos com motores diesel. Os estudos sobre a qualidade do ar mostram que cerca de 90 por cento das cidades germânicas ultrapassam os valores impostos pela União Europeia. Várias entidades locais avançaram com propostas para banir estes motores, mas houve de imediato uma forte reacção contrária por parte dos fabricantes de automóveis, e não só.
Banir os diesel tem fortes implicações económicas, porque conduz a uma quebra vertiginosa nos "valores residuais" dos contratos de leasing e renting e uma depreciação do valor de venda de qualquer automóvel usado, o que cria uma grave situação económica para todos os operadores do mercado. Segundo o "Automotive News", uma queda de cinco por cento nos valores residuais pode ter um impacto de 1,6 mil milhões de euros para os fabricantes europeus e americanos.
Por isso cabe ao tribunal federal decidir se as autoridades locais podem decidir de forma independente a proibição de circulação de veículos com motores diesel. Mas os alemães não estão sozinhos nesta cruzada anti-diesel. Copenhaga, na Dinamarca, quer afastar estes veículos no final do próximo ano e cidades como Paris, Atenas e a cidade do México pensam banir o diesel até 2025. Em França e em Inglaterra até já se falou em proibir os motores com combustíveis fósseis em 2040.