O secretário de Estado da Energia anunciou esta sexta-feira que haverá medidas para mitigar a subida dos preços dos combustíveis, mas considerou "impossível" anulá-los, de acordo com a agência Lusa.
"Haverá medidas para mitigar o impacto da subida dos combustíveis", avançou João Galamba, à margem da conferência "A Guerra na Europa e o Choque Energético" promovida pelo jornal online ECO, onde foi confrontado com os aumentos na gasolina e gasóleo a partir de segunda-feira.
"Agora, temos de ter uma coisa presente: uma crise desta magnitude, em todas as áreas dos combustíveis, obviamente não dá liberdade total ao Governo para anular o efeito negativo de uma crise".
O governante sublinhou que se tratam de "minimizações, mitigações e escolha de sectores prioritários que devem ser protegidos", considerando ser "impossível" anular os efeitos da crise energética motivada pela pandemia, pela seca e pela invasão russa da Ucrânia.
"É impossível, a crise existe e vai ter impactos, portanto, não é possível eliminar esses impactos, podemos mitigá-los", sublinhou o secretário de Estado.
João Galamba referiu que estão em análise medidas novas e um eventual reforço das que já tinham sido tomadas, como o AutoVoucher, estando, para isso, a serem levadas a cabo conversas com o Ministério da Economia e o das Finanças.
Questionado sobre um alívio do peso dos impostos sobre os combustíveis, que ronda os 60% do preço final, João Galamba apontou que "o Governo não se apropria dos impostos para si e dos impostos sobre os combustíveis," e que "eles existem para financiar importantes despesas de que beneficiam todos os portugueses", como, por exemplo, escolas e hospitais.
Entretanto, o secretário de Estado avançou que a actualização da taxa de carbono nos combustíveis, que o Governo tinha congelado até final de Março, vai ser novamente adiada.
"Será adiada a sua aplicação [da taxa de carbono]: a razão que levou ao seu adiamento há uns meses mantém-se".
Em Dezembro, o Governo publicou em Diário da República a portaria que suspendeu a actualização da taxa de carbono nos combustíveis, até 31 de março deste ano, esclarecendo que, sem esta medida, os combustíveis ficariam mais caros cinco cêntimos por litro logo no início do ano.
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