Se, há cerca de cinco anos, muitos se espantaram com a decisão da Audi em comprar a Ducati por cerca de 860 milhões de euros, agora a iminente opção da venda de uma das mais famosas marcas de motos está a deixar muita gente confusa…
É verdade que o Grupo VW tem necessidade de encaixar algum capital para fazer face ao brutal desgaste financeiro do escândalo do chamado "Dieselgate" que ainda está longe de estar terminado e cuja conta já irá próxima dos dez mil milhões de euros! E com a Ducati a passar por uma fase de grande sucesso, lucrando cerca de 100 milhões de euros anuais antes de imposto, a sua valorização poderá ter subido para os 1,5 mil milhões de euros.
Valor importante, nesta altura, para o Grupo VW, constando que até já teria encontrado dois potenciais interessados no negócio. E mesmo que a venda não seja bem-sucedida, o Grupo VW poderia avançar para colocar a Ducati em bolsa, dispersando o seu capital mas recebendo elevado volume de fundos em contrapartida. Esse é o lado financeiro do negócio…
Esta é uma tecnologia que a Ducati usa há quase 60 anos e que mais nenhuma marca de motos seguiu. Mas pode ser extremamente útil para conseguir elevados rendimentos em motores pequenos, numa era em que se assiste, nos automóveis, a um progressivo "downsizing" dos motores a gasolina. Em 2014, a VW apresentou uma versão desportiva do seu XL1 – o tal carro que consumia 1 l/100 km –, mas equipada com um motor V2… da Ducati, com 1,2 litros e 200 cv que atingir os 270 km/h e acelerava até aos 100 km/h em 5,7 s!
Por outro lado, pode também pensar-se nestes pequenos motores de alto rendimento como o futuro dos automóveis híbridos, agora que a parte eléctrica se está a desenvolver e se poderá sobrepor. Ou seja, em vez dos actuais híbridos com um grande motor a combustão e um pequeno eléctrico, passarmos a ter o contrário, com uma forte componente eléctrica ajudada por um pequeno propulsor a gasolina mas de altíssimas prestações.
Tudo isso a Audi poderia conseguir com a tecnologia que a Ducati demorou tantos anos a aperfeiçoar… e que agora também lhe pertence, sem que tivesse gasto a fortuna que teria sido necessária para a desenvolver. Com a vantagem até de poder fazer importantes mais-valias com a valorização da marca italiana!