O mercado dos automóveis exclusivos e, ao mesmo tempo, com uma ligação história continua em alta e a abrir excitantes oportunidades de negócio a construtores mais exclusivos. A Aston Martin anunciou que vai construir, do zero, 25 unidades do DB4 G.T., modelo de… 1959 e que só poderão ser usadas em pista! Certamente porque serão tão fidedignas ao modelo original que nem passariam os testes obrigatórios nos dias de hoje para serem homologados para andar na estrada…
Mas o que pode levar uma marca a construir, de base, um carro de há quase seis décadas e a tentar vendê-lo por um preço que será, certamente, exorbitante?! A procura… Pois é, estes carros têm uma procura desmedida por coleccionadores ou, simplesmente, por investidores que apostam na sua valorização. Prova disso é o facto de as 25 unidades anunciadas do ressuscitado DB4 G.T. de 1959 já estarem esgotadas a cerca de um ano de começarem a ser entregues. Outra prova? A Jaguar construiu recentemente
nove unidades do XKSS de 1957 e, com um preço de 1,16 milhões de euros… mais houvesse!
Em relação ao DB4 normal, esta versão G.T. era mais leve, mais curta e tinha um seis cilindros em linha de 3,7 litros mais potente, o que fez dele um dos desportivos britânicos mais competentes na sua era. E foram apenas feitas oito unidades, do total de 75 DB4 produzidos entre 1959 e 63, o que o torna um dos modelos mais raros da marca britânica.
Neste regresso ao passado, o ressuscitado modelo chamar-se-á DB4 G.T. Continuation e, justificando o nome, a numeração dos chassis prosseguirá onde a anterior tinha parado (n.º 0202R). O carro será construído manualmente naquela que foi, durante longas décadas, a única fábrica da Aston Martin, em Newport Pagnell – há cerca de uma quinzena de anos que a marca dispõe de instalações modernas em Gaydon –, onde autênticos artesãos no trabalho do alumínio se dedicarão cuidadosamente à construção da carroçaria que assentará numa estrutura tubular. Embora com o auxílio das mais recentes tecnologias para que os painéis assentem milimetricamente.
O motor de seis cilindros em linha e os 3,7 litros originais debitará 340 cv que serão passados para o eixo traseiro através de uma caixa manual de quatro velocidades. A ideia é que o carro mantenha as sensações de condução do modelo original, embora com um nível de segurança mais evoluído.
Como estes carros não estarão aptos a rodar em estrada, a Aston Martin criou um programa específico para os 25 proprietários desfrutarem dos seus carros, com visitas a alguns dos circuitos mais icónicos do Mundo. Programa que se prolongará por dois anos e que contará, inclusive, com a participação de alguns dos pilotos da Aston Martin Racing, como Darren Turner. E assim se pode reviver a história de um automóvel mítico… desde que se disponha de uma choruda conta bancária!
