A Alemanha ameaça proibir as vendas de automóveis do grupo FCA Automobiles – onde se incluem marcas como a Fiat, Alfa Romeo, Lancia ou Maserati –, por dúvidas quanto às emissões dos seus motores Diesel. Ou seja, começou o contra-ataque germânico em relação à gigantesca polémica das emissões poluentes com o Grupo VW…
Segundo o jornal "Bild Am Sonntag", a autoridade de transportes alemã efectuou testes a diversos modelos italianos, tendo descoberto um dispositivo que desligava alguns controlos de emissões ao fim de 22 minutos de funcionamento. Isto é, dois minutos depois da duração dos testes "standard" de emissões na União Europeia que duram 20 minutos…
Já há algum tempo que grupos ecologistas vinham apontando alguns modelos, nomeadamente o Fiat 500X com motor dois litros Diesel, como emitindo mais óxidos de azoto (NOx) do que o permitido por lei. Agora, este teste veio lançar novas dúvidas e criar um problema… diplomático, quando o ministro italiano dos Transportes apoiou a Fiat depois de a marca ter faltado a uma reunião com o seu congénere alemão para tratar do problema.
Graziano Delrio, o ministro italiano, defende que se as autoridades alemãs têm algum problema devem resolvê-lo com as autoridades italianas responsáveis pela homologação daqueles motores e que garante a sua validade para toda a União Europeia, e não com a marca.
A FCA, por seu turno, emitiu um comunicado em que diz acreditar
"que todos os veículos respeitam as emissões legais da EU e que são os reguladores italianos as autoridades competentes para avaliarem a questão".
Dificilmente a Alemanha proibirá a FCA de vender os seus produtos no seu território até porque, apesar de todas as provas evidentes, nunca a Volkswagen foi impedida de vender qualquer produto em nenhum Estado Membro. Mas a notícia fez com que as acções da FCA Automobiles sofressem um forte tombo na bolsa de Nova Iorque…
Refira-se ainda que queixas semelhantes quanto a emissões exageradas de óxidos de azoto foram apresentadas em relação a uma versão Diesel do Opel Zafira, mas a marca alemã da General Motors reuniu-se com o ministro germânico dos transportes. O caso parece resumir-se a questões de interpretação de como deve funcionar o sistema de controlo de emissões.
Estes casos relativos à Fiat e Opel são distintos do da VW: nos primeiros trata-se de sistemas de controlo que alegadamente se desligariam ao fim de um certo período de tempo; no caso da VW tratava-se de um "software" para enganar os procedimentos de medição.